Martech Lastlink ajuda criadores a monetizar close friends e cresce 70%
Startup tem planos de dobrar de tamanho em 2023, focando também em um spinoff de conteúdos adultos tipo OnlyFans
No aquecido mercado dos criadores de conteúdo, a Lastlink encontrou a sua forma de crescer e ajudar produtores a monetizar diferentes canais de relacionamento. No caso da martech sediada em Belo Horizonte, ela conquistou um crescimento de 70% em 2022, ajudando influencers e criadores de conteúdo a ganhar dinheiro através dos grupos de close friends.
Para quem não conhece, close friends é um recurso lançado em redes como o Instagram, que possibilita fazer publicações exclusivas para um grupo fechado de amigos. Outra forma de fazer isso é por meio de grupo fechados de Whatsapp, onde os criadores de conteúdo podem se comunicar de forma mais próxima com os seguidores.
Conforme explica o fundador e CEO da Lastlink, Michel Ank, o que sua startup desenvolveu foi uma plataforma onde seguidores podem assinar o acesso a estes grupos exclusivos de seus influencers favoritos. "Pela nossa plataforma automatizamos os pagamentos e onboardings dos usuários nestes diferentes canais de close friends", afirma, em entrevista ao Startups.
No caso de criadores que precisam lidar com dezenas ou até mesmo centenas de novos assinantes em um único dia, a solução da martech tirou dos produtores um trabalho que antes era braçal. "Antes, muitos tinham que conferir se o assinante enviou o Pix, para depois adicionar manualmente o número dele no grupo de WhatsApp ou Telegram, por exemplo.
Quem define o valor das assinaturas é o criador de conteúdo, e a Lastlink cobra um fee mensal de 7,7% sobre as transações. Com este modelo, a companhia hoje conta com cerca de 4 mil criadores e aproximadamente 150 mil pessoas pagantes.
"Os principais tipos de conteúdo que temos atualmente são de influenciadores fitness e educação", afirma Michel. Inclusive, por conta deste perfil predominante dos criadores na plataforma, a empresa também adicionou módulos adicionais, como o de vendas de cursos e infoprodutos, algo em linha do que a conterrânea Hotmart oferece.
Além destes dois segmentos, outro foco de crescimento registrado pela Lastlink é o de conteúdos adultos, segmento que só no Brasil movimenta dezenas de milhões de dólares, conforme avalia Michel. "Nossa meta para este ano é dobrar de tamanho", dispara.
Novos focos
Com o crescimento da plataforma de close friends, a Lastlink está de olho na alta dos conteúdos adultos para potencializar seus ganhos. De olho em apps como o OnlyFans, a startup quer lançar em breve a sua plataforma de conteúdos adultos.
Segundo o CEO, a marca spinoff tem como foco atrair um público que tem interesse em entrar neste tipo de mercado, mas não usa o OnlyFans pela sua falta de suporte a pagamentos em reais. Aliás, com a nova plataforma, o plano é também ganhar na monetização, aumentando o fee para 9,9%.
"Por essa limitação do OnlyFans, muitos criadores acabam usando seus grupos privados de WhatsApp e Telegram para compartilhar estes conteúdos. Com a nossa plataforma, queremos entregar um serviço robusto e seguro para estes produtores", explica.
Para sustentar os planos de crescimento, a Lastlink buscou investidores. Em 2021 a companhia levantou uma rodada seed de US$ 1,4 milhão liderada pela Canary. Além do fundo, nomes conhecidos como o CEO do Méliuz, Israel Salmen, o CEO da SambaTech, Gustavo Caetano, e a vice-presidente de marketing da MadeiraMadeira, Marcela Rezende, participaram do aporte.
Dentre os planos, está o de levar a solução de conteúdos adultos para outros países da América Latina. Para tal, Michel cogita buscar uma nova rodada este ano. "Para investir em produto, vamos buscar investidores, e esperamos uma rodada para o final deste ano ou começo de 2024", finaliza.