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Mercado de pets cresce e cria oportunidades para empreender

21 mar 2014 - 07h00
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O amor do brasileiro por gatos e cachorros fez do país o segundo maior mercado de pets do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A diversidade de negócios voltados para os animais de estimação é um prato cheio para quem quer empreender em um nicho que cresceu a impressionantes 16,4% em 2012, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). A lista de produtos e serviços cresce a cada dia e vai desde alimentos, equipamentos, brinquedos, acessórios, produtos de higiene e limpeza e serviços veterinários até sorvete e rede social para pets. 

Os números do levantamento da Abinpet mostram o potencial do mercado. De acordo com a associação, os gastos mensais com cães podem ir de R$ 133 (raças pequenas) até R$ 314 (raças grandes). Ainda segundo a Abinpet, em 2012 o faturamento das indústrias brasileiras de pet food, pet care, pet vet e pet serv atingiu a marca de R$ 14,2 bilhões e a perspectiva é que o Brasil se mantenha em quarto lugar no ranking mundial de população pet, com uma estimativa de crescimento de 5% por ano.

O produto mais importante do mercado são as rações – “Setenta por cento do setor pet é dominado pelo segmento de pet food”, afirma Ricardo Calil, consultor do Sebrae-SP –, mas há espaço para os mais variados produtos e serviços. De olho nesse cenário de oportunidades, empreendedores estão criando negócios cada vez mais inusitados para atender o público animal.   O empresário Luis Quadros, por exemplo, criou uma rede social para cães e gatos para aproveitar a vitalidade do setor. A ideia inicial da Pet Romance era funcionar como um uma ferramenta de encontros entre os bichos de estimação. “É como se fosse o Facebook do cachorro”, explica Quadros. Alguns donos até publicam mensagens como se fosse o animalzinho. Mas, a ideia foi além e, hoje, também circulam informações sobre cuidados, serviços, onde encontrar um veterinário quando acontece uma emergência, etc. Há páginas de empresas que podem anunciar seus serviços e produtos, como no Facebook.

O “namoro” entre os animais ficou em segundo plano. Também é desenvolvido um aplicativo para ajudar a encontrar cães perdidos ou, se o usuário encontrar um animal perdido, pode publicar sua foto para ajudar a encontrar o dono. “A ideia é fazer com que os cães interajam entre si, e não para cruzar”, esclarece. Quadros acrescenta que é possível criar um perfil de um cachorro para que ele possa ser adotado. O serviço – que ainda está em teste – estreou em janeiro e já tem mais de 2 mil usuários.

Há também empreendedores com mais experiência no mercado de pets que apostam em serviços originais para driblar a concorrência. É o caso de Paulo Silva. Há oito anos no mercado de animais de estimação ele já foi dono de Pet Shops e hoje tem uma indústria de sorvete para cachorros: a Ice Pet. O produto é desenvolvido a partir da fórmula básica dos sorvetes comuns, mas sem nenhuma gordura hidrogenada, açúcar ou lactose – elementos que fazem mal para o animal.

Por causa das altas temperaturas, os cachorros sofrem mais por causa da pelagem e por suarem através das patas e do trato respiratório, o que aumenta o risco de desidratação. O empresário, no entanto, aconselha aos interessados em entrar nesse mercado a apostar nos gatos. “O donos de felinos gastam mais”, diz. Explica que há pouca oferta de produtos para eles, portanto, os valores são mais caros. Ainda por ser um animal muito independente e que não faz muita bagunça, muitos optam por ele.

Antes de mudar de segmento, apesar de manter-se no mesmo nicho, Silva estudou o mercado. “A gente trabalha com um esquema parecido com o da Kibon. Fabricamos e credenciamos os pontos de venda”, explica. O negócio tem dez funcionários e mais de 600 parceiros que vendem os sorvetes. “O conceito é bastante novo. Às vezes, quando chegamos na loja, não há uma tomada para o freezer”, comenta Silva. Mesmo assim, ele diz que se trata de um mercado crescente, e aponta o Nordeste como uma região de alta demanda pelas elevadas temperaturas locais.  

Criatividade e faro para bons negócios são características importantes para quem quer entrar no mercado de pets, mas só isso não basta. Calil diz que quem pretende investir nesse nicho deve ter afinidade com animais e profissionalismo. “Não há espaço para amadores”, alerta o consultor do Sebrae.

Fonte: PrimaPagina
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