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Microcrédito ajuda a alavancar negócios em regiões carentes

7 out 2015 - 07h00
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Muitas pessoas que desejam ter o próprio negócio desistem do sonho antes mesmo de dar o primeiro passo devido à falta de capital. A situação é ainda mais complicada para quem mora em regiões periféricas e não possui condições de comprovar renda. Neste caso, uma das únicas saídas para abrir ou aperfeiçoar o próprio negócio é recorrer ao microcrédito.

Planeje-se para evitar o trauma das sucessões familiares

Foi o que fez a costureira Bernadete Feltrin, moradora da região de Paraisópolis, na cidade de São Paulo. Depois de abrir um brechó na comunidade, ela notou que muitas pessoas pediam para fazer reformas nas roupas, e decidiu investir em um negócio nesta área em 2002. “Abri a SOS Costura com apenas duas máquinas. Pouco tempo depois, um amigo estava buscando pessoas para pegar um empréstimo em grupo no microcrédito, e decidi participar”, revela.

Graças ao microcrédito, a costureira Bernadete Feltrin ampliou seu negócio na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo
Graças ao microcrédito, a costureira Bernadete Feltrin ampliou seu negócio na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo
Foto: Reprodução/Facebook

Com o dinheiro, a empreendedora passou a investir em novas máquinas e conseguiu descontos com fornecedores por comprar os produtos à vista. Atualmente, ela conta com nove máquinas e conseguiu abandonar o aluguel ao adquirir um imóvel novo e mais espaçoso. “Isto me permitiu crescer. Continuo recorrendo ao microcrédito até hoje, pois ele tem juros baixos e as parcelas são acessíveis”, acrescenta.

Já Cheila Fernandes Teixeira, dona de uma pequena mercearia na comunidade de Heliópolis, também em São Paulo, explica que conheceu o microcrédito em 2006, quando trabalhava como feirante. “Eu tinha uma barraca de peixes, e graças a ele consegui comprar uma lona nova e trocar o caminhão, que era bastante antigo”, diz.

Porém, os recursos foram ainda mais importantes dois anos depois, quando surgiu a oportunidade de comprar um ponto comercial em Heliópolis. “O dinheiro me ajudou a adquirir mercadorias e montar o estoque. Depois, continuei recorrendo ao microcrédito para melhorar o balcão, informatizar o espaço e agora estamos montando uma padaria, que era uma demanda da comunidade.”

Cheila, que hoje emprega oito pessoas em sua mercearia, destaca outro benefício desta modalidade de empréstimo: a facilidade de acesso. “Muitas vezes, a pessoa de baixa renda tem um sonho de trabalhar por conta própria, mas encontra muitas barreiras no banco. Com o microcrédito, o agente entra no seu trabalho e passa a te conhecer e acompanhar. Se você for uma pessoa verdadeira, dá certo”, aponta.

Jerônimo Ramos, superintendente de microcrédito do Santander, acrescenta que esta modalidade de empréstimo também e vantajosa para as instituições financeiras. “É um público muito fiel. A taxa de inadimplência é baixíssima e 95% das pessoas pagam em dia. O índice de sucesso dos negócios também é bastante significativo. Para completar, estimula um círculo virtuoso que gera renda e trabalho em regiões carentes.”

Fonte: PrimaPagina
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