O que aprender do polêmico discurso de Roberto Alvim?
Um dos assuntos mais repercutidos nos últimos dias. Saiba porque NÃO terceirizar a escrita do seu discurso.
Olá, Speaker!
Um dos assuntos mais repercutidos nos últimos dias foi o vídeo divulgado pela Secretaria Especial da Cultura, no qual o então Secretário Especial da Cultura, Roberto Alvim, faz um discurso com trechos idênticos aos de uma fala nazista.
No tal discurso, Alvim – que acabou sendo demitido na última sexta-feira (17) – repete trechos do discurso de Joseph Goebbels, que era ministro de propaganda da Alemanha Nazista. Falas como “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, ou então não será nada” acabaram gerando muita polêmica, justamente por serem consideradas apologia ao nazismo.
Entre as tantas hipóteses que apareceram depois da divulgação do discurso de Alvim, está a que a sua equipe pesquisou no Google e copiou um discurso já pronto – que acabou sendo o do nazista Goebbels.
Deixando o lado político à parte, o que se pode aprender de tudo isso? A importância de nós mesmos criarmos os nossos discursos!
Por que NÃO terceirizar a escrita do seu discurso?
Terceirizar – ou seja, deixar para a responsabilidade de terceiros – a escrita dos seus discursos ou apresentações é uma péssima ideia. Se você ainda tem dúvidas, veja o caso do Roberto Alvim, que acabou propagando trechos nazistas em sua fala e sendo demitido por essa razão.
A escolha do conteúdo do seu discurso deve ser sua responsabilidade. Mesmo que você tenha uma equipe de apoio, a palavra final deve ser sua, já que, no fim das contas, quem irá enfrentar o público e assumir a responsabilidade pelo que for dito será apenas o orador, nesse caso, você.
Esse é um dos motivos pelos quais sempre ressaltamos a enorme importância de dedicar um tempo para planejar a sua fala com antecedência, escolhendo bem o que inserir e o que não inserir, checando referências, atualizando dados e corrigindo o que ainda for necessário.
Se, por algum motivo, você ainda optar por denegar a terceiros a escrita de um discurso seu, não deixe de checar todas as referências e de verificar se a fala é original, ok?
Crtl C + Crtl V: os riscos de Googlear o seu discurso!
Na hora de escrever o seu discurso, a tentação de copiar trechos do Google pode ser grande, eu sei. Buscar aquela frase de efeito que alguém, em um país bem longe, já usou pode até parecer uma opção interessante e inocente, mas NÃO é.
Hoje, meu caro Speaker, todos buscam absolutamente tudo no Google, de modo que plágios, por menores que sejam, serão – mais cedo ou mais tarde – identificados. Por isso mesmo, é de suma importância entender a diferença entre se inspirar em alguém e copiar a fala desse alguém. Se você usar uma referência, cite o autor.
Quem é flagrado utilizando uma fala que não é sua perde muita credibilidade e, para que um discurso seja aceito e seja inspirador, a imagem de quem o transmite é algo imprescindível. Assim, tome MUITO cuidado com os Crtl C + Crtl V, ok? Ou você pode ser mal interpretado e ter a sua reputação profissional prejudicada.
A escolha das narrativas também deve ser feita por você!
Se você parou para assistir ao vídeo do ex-secretário Roberto Alvim, provavelmente reparou que não foi apenas o conteúdo do discurso que remeteu ao nazismo. O cenário utilizado e, até mesmo, a forma como a fala foi transmitida tiveram muita relação com o discurso nazista de Goebbels.
Esse é um bom exemplo de algo que sempre destacamos aqui no blog: como se fala é tão importante quanto o que se fala.
Pensando nisso, além de não terceirizar a escrita do seu discurso, pense – você mesmo – em como irá transmitir esse conteúdo, qual será a sua abordagem e, no caso dos vídeos, qual será o cenário mais indicado. Lembre-se que absolutamente tudo faz parte da comunicação, tanto a dinâmica verbal (o que é falado) quanto a dinâmica não-verbal (o que não é falado).
O que aprender, então, do fiasco que foi o vídeo de Roberto Alvim? É preciso ter o cuidado de escrever nossos próprios discursos, caso contrário, poderemos divulgar falas de um nazista (ou até algo pior) sem nem mesmo estarmos cientes disso!
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