Para contornar crise, empresas apostam em ensino a distância
Mais barato do que o treinamento presencial, recurso ajuda a capacitar funcionários, aumentando a eficiência do negócio
Diante da crise econômica enfrentada pelo país, que tem forçado o brasileiro a apertar o cinto, cada vez mais empresas estão buscando estratégias para reduzir custos e ampliar a capacidade de vendas. Este cenário tem incrementado a procura por treinamentos corporativos à distância. Mais baratos do que os presenciais, eles ajudam a aumentar a eficiência do negócio.
Vale a pena apostar em franquias de baixo investimento?
Luciano Sathler, diretor da área de qualidade da Abed (Associação Brasileira de Ensino à Distância), afirma que o setor vem apresentando “crescimento significativo” em 2015. “Ainda não temos números consolidados, mas nossos associados indicam que a busca por esta modalidade de ensino à distância está aumentando mais do que a por graduação e pós.”
No caso da Woli, especializada em treinamentos corporativos a distância, a procura pelos serviços da empresa sofreu alta de aproximadamente 55% em relação ao ano passado. No último mês, por exemplo, ela fechou contrato com a Máquina de Vendas com a finalidade de gerar e enviar conteúdo didático para os 26 mil trabalhadores da rede, que contempla as lojas Insinuante, Ricardo Eletro, City lar, Salfer e Eletroshopping.
“Cada vez mais o mercado está percebendo que essa é uma forma de redução de gastos, pois uma hora de treinamento à distância custa até 30% do valor do ensino presencial. Quanto mais pessoas envolvidas, maior é a economia”, diz Wagner Oliveira, sócio-presidente da empresa.
Por esse motivo, a modalidade vem sendo buscada por redes de franquia, que conseguem transmitir seus valores e padrões para os franqueados com o auxílio da web. Já entre os pequenos negócios, a aceitação do ensino à distância é maior na indústria e no varejo.
“Mesmo com a queda na atividade industrial, algumas empresas recorrem ao ensino a distância para aprimorar o processo de produção. Como as pequenas empresas têm menos recursos, elas geralmente buscam alguma associação para ter esse suporte, como o Sebrae, por exemplo”, destaca o diretor da Abed.
Wagner Oliveira acrescenta que estabelecimentos comerciais estão capacitando funcionários para aumentar a taxa de conversão e minimizar os efeitos da queda no consumo. “Uma de nossas plataformas para treinamento é voltada para técnicas de venda. Ela tem feito muito sucesso em lojas de vestuário e de tecnologia.”
A flexibilidade proporcionada pelo ensino a distância é outro atrativo. “O funcionário tem como escolher o local e o horário em que vai estudar, e o aprendizado pode ser feito por pares, ou seja, um trabalhador ensina ao outro”, destaca Sathler.