Parcelamento: entenda condições, benefícios e pontos de atenção
Para evitar dívidas, especialista explica os tipos de parcelamento disponíveis e a melhor forma de dividir as contas do cartão de crédito
O cartão de crédito é uma das principais modalidades de pagamento para 20% dos brasileiros, segundo dados da escola de negócios Fundação Dom Cabral (FDC). Mas, embora seja preciso atenção para não deixar que as despesas do cartão virem uma "bola de neve", o seu uso também traz inúmeros benefícios aos consumidores.
Uma das características que torna este meio de pagamento tão atraente é a possibilidade de parcelamento. E a prova disso é que 83% dos brasileiros preferem utilizar o cartão na hora de fracionar o pagamento de suas compras, de acordo com o SPC Brasil.
O parcelamento no cartão de crédito é o que permite, por exemplo, a compra de produtos e serviços sem que haja a necessidade de gastar todo o valor da compra de uma única vez, deixando o orçamento mensal mais livre para compras futuras.
"Em muitos casos, o consumidor visa adquirir um produto que custa metade dos seus ganhos mensais. Se fosse comprar à vista, provavelmente não sobraria o suficiente para arcar com as despesas do restante do mês. Mas, ao parcelar, é possível ganhar mais fôlego para lidar com as finanças", explica Jéssica Konishi, gerente executiva de Marketing, Estratégico & Vendas do setor bancário.
Contudo, existem diferentes tipos de parcelamentos, com taxas e juros específicos para cada objetivo. Abaixo, a executiva explica a diferença entre eles:
Sem juros
O parcelamento sem juros é quando o consumidor divide o valor de uma compra em várias vezes, mas sem pagar nenhum valor a mais por isso: os famosos juros. No entanto, este tipo de transação não oferece a opção de dividir em um número grande de faturas, com 12 ou 24 vezes, por exemplo. Para Konishi, o ideal é se informar sobre qual é o limite de parcelas sem juros, antes de realizar uma compra.
Com juros
Neste modo de pagamento, o consumidor se compromete a pagar um valor extra por dividir uma compra em muitas parcelas. Isso porque, quanto maior o número de parcelas, maior o risco que a instituição corre de que o pagamento não seja honrado. Assim, o estabelecimento decide por cobrar os juros.
A especialista enfatiza que, ao fazer uma compra parcelada, é necessário estar atento ao valor final do produto com os juros somados. Só assim será possível entender exatamente qual será o valor total da compra.
Parcelamento da fatura do cartão
Neste caso, a negociação é feita diretamente com o banco. Após realizar as compras, o consumidor pode sentir que as parcelas estão mais altas do que o seu orçamento. Dessa forma, é possível parcelar o valor da fatura do cartão de crédito para conseguir um alívio no mês.
Neste tipo de parcelamento as taxas de juros podem ser fixadas, o que permite que a quantia em aberto possa ser paga em um prazo maior. Entretanto, Jéssica lembra que o limite total do cartão fica bloqueado e só é liberado aos poucos, conforme as parcelas são pagas.
A executiva afirma ainda que é preciso se planejar com eficiência para que o pagamento parcelado do produto ou da fatura não influencie negativamente no orçamento. Para evitar o descontrole com as faturas do cartão, é necessário ficar atento à data final das parcelas. Além disso, é importante evitar que elas coincidam com meses críticos, como dezembro e janeiro, quando é comum ter um gasto maior com férias, presentes, impostos, matrícula escolar, entre outras despesas.
Uma outra opção para liquidar a dívida do cartão de crédito, sem ter que recorrer ao parcelamento, é o uso de empréstimo. Segundo a especialista, as taxas podem ser mais convidativas, principalmente se o consumidor for aposentado ou pensionista do INSS. "Esta modalidade é uma das mais procuradas, pois os juros são mais baixos do que o parcelamento do cartão e a contratação é facilitada", finaliza.
Fonte: Jéssica Konishi, gerente executiva de Marketing, Estratégico & Vendas, no Banco Cetelem.