Plataforma usa jogos para aumentar vendas no varejo
O Skoregame usa o princípio da gamificação para melhorar desempenho de vendedores e aumentar vendas em tempos de crise
Os resultados ruins do varejo se acumulam neste momento de crise. Enquanto o mau humor se espalha pelo setor, uma plataforma aposta na diversão para não só manter o desempenho nas vendas, como conseguir até mesmo aumentá-las.
“A gamificação leva o universo dos jogos para áreas mais burocráticas com a finalidade de promover mudança de comportamento, e o Skoregame utiliza desafios, missões e perguntas para ao mesmo tempo engajar, motivar e treinar vendedores”, diz o gestor de projetos Gabriel Falcione, fundador da startup Collab, criadora da plataforma.
A ideia é simples. A pessoa acessa um site ou um aplicativo, participa de diversos tipos de jogos e ganha pontos, que depois são trocados por produtos. “Nós premiamos o engajamento dos vendedores. Além disso, com o quiz, também é possível treiná-los de maneira mais eficiente”, explica Gabriel.
O Skoregame surgiu de uma conversa entre amigos. “Tínhamos um grupo de conhecidos que pertencia a uma outra franquia, e que reclamava muito da falta de motivação e da alta rotatividade de vendedoras. Um deles disse que estava pensando em adotar um mural na loja para criar um ranking entre elas, e isso é uma das coisas mais básicas da gamificação”, lembra o gestor de projetos.
Entre o fim de 2013 e meados de 2014, a Collab desenvolveu e aplicou o Skoregame em um grupo de franqueados de O Boticário do interior de São Paulo. “Antes, as vendedoras não tinham uma visão global de como era seu desempenho diário, e gastavam muito tempo com a tarefa chata de controlar estoques no fim do dia, e tudo isso era desmotivador.”
Com a plataforma, elas passaram a acumular pontos, a receber treinamento constante e a serem mais eficientes em seu dia a dia. O resultado foram vendedoras mais bem treinadas e que dedicavam mais tempo ao atendimento aos clientes.
“Houve uma redução de cerca de 50% nos custos de treinamento e de 83% no tempo que as vendedoras gastavam para registrar seus dados de venda. Além disso, houve um aumento, no primeiro semestre de 2015, de 5% nos itens vendidos por boleto e de 6% no ticket médio, isso em um período em que a rede apresentou queda de desempenho”, diz Gabriel.
E não foram só os franqueados de O Boticário que se beneficiaram. O Skoregame conseguiu atrair outras empresas interessadas, contando hoje com oito clientes ativos que detêm 40 lojas e que representam um universo de cerca de 250 pessoas usando a plataforma.
“Qualquer empresa que trabalhe com vendedores e metas pode usar a gamificação”, finaliza Gabriel, que ainda tem um argumento menos prosaico para o sucesso: “A crise é benéfica para nós, pois a queda nas vendas faz com que os empresários busquem saídas inovadoras para garantir eficiência”.