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Queda da FTX: Uma saga marcada pela má gestão, excessos e fornicação

Rumores sobre um círculo de poliamor na alta cúpula da FTX e seus impactos na gestão da empresa continuam a repercutir

18 nov 2022 - 00h40
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A saga da FTX e sua queda continua dando o que falar, mesmo dias após o anúncio de seu pedido de recuperação judicial. Com diversos investidores indignados, a empresa e seus líderes se tornaram alvos de escrutínio pessoal, revelando alguns detalhes no mínimo excêntricos sobre o dia a dia da companhia que tinha sua sede nas Bahamas. De erros graves de gestão por conta do seu CEO Sam Bankman-Fried, até rumores de um círculo de poliamor na alta cúpula da empresa, as fofocas estão rolando soltas.

Sam Bankman-Fried fragmentado
Sam Bankman-Fried fragmentado
Foto: Sam Bankman-Fried fragmentado. divulgação / Startups

Nos últimos dias, o passado de Bankman-Fried e Caroline Ellison, CEO da Alameda Research (hedge fund irmão da corretora de criptomoedas), teve o seu passado exposto nas redes, divulgando detalhes de uma suposta vida poliamorosa, com a existência de um círculo de poliamor envolvendo SBF, Ellison e outros membros da equipe da FTX.

Segundo reportaram diversas publicações nos EUA, incluindo o "revivido" Gawker e CoinDesk, 10 funcionários da FTX e Bankman-Fried "estão, ou costumavam ter, relacionamentos amorosos entre si". Não que a fornicação realizada internamente entre funcionários de uma empresa seja de nossa conta, mas segundo algumas fontes ligadas à FTX, este ambiente disfuncional prejudicou a gestão da companhia.

Um caso em especial cita as funcionárias Claire Watanabe e Constance Wang, que supostamente faziam parte do círculo de poliamor de SBF e que foram benefíciadas com cargos de peso no comando da exchange (CRHO e COO, respectivamente), mesmo não possuindo qualificação para isso.

"Elas tornaram a FTX um ambiente tóxico onde as regras eram inventadas no meio do caminho. Sam deixou elas fazerem o que queriam por que elas sabiam de mais. Enquanto os funcionários não sabiam da situação financeira da FTX, deveria ter sido um sinal vermelho a contração da Claire como chefe do RH e Constance como COO", afirmou um ex-funcionário no Twitter.

A baixaria não para por aí. Em redes como o Discord, onde o shitposting rola solto, outro rumor começou a vazar, alegando a existência de uma sextape com Bankman-Fried e Caroline, algo que pode ser divulgado "a qualquer momento". A veracidade deste vídeo ainda está para ser provada, mas é mais um indicativo do quanto a história da FTX está criando ondas entre investidores indignados na rede, com ondas de comentários preconceituosos sobre Caroline e sua aparência.

Contudo, em relação à parte do círculo de poliamor, a repercussão foi tanta que até o New York Times foi investigar a história, entrevistando o psiquiatra George K. Lerner, que atuava como o "coach da casa" na FTX. Segundo ele, a conduta de Sam Bankman-Fried e seus associados não tinha muito de orgástica, não.

"(A FTX) é um lugar bastante manso", disse Lerner ao NYT. "Os superiores jogavam principalmente xadrez e jogos de tabuleiro. Não houve festa. Eles eram pouco sexuais, se alguma coisa", revelou.

Além disso, Lerner descartou a possibilidade de Bankman-Fried ser um estelionatário, um assunto que ganhou força em luz das informações distorcidas que a FTX e a Alameda divulgaram este ano para minimizar os problemas financeiros internos da companhia, enquanto tinha bilhões em investimentos em seu domínio. Enquanto isso, SBF se tornava uma figura pública cada vez mais evidente, aparecendo com a brasileira (e investidora da FTX) Gisele Bundchen em revistas como a Vogue, além de fazer vultosas doações ao partido Democrata.

"Eu simplesmente não consigo vê-lo fazendo isso, honestamente", disse o Dr. Lerner. "Quero dizer, acho que talvez eu tenha que sentar com ele e entender o porquê. Mas tenho dificuldades em fazer esta conclusão", afirmou o psiquiatra ao jornal norte-americano sobre as alegações de conduta criminosa de SBF.

O fato é que SBF está no olho do furacão, sendo inclusive investigado pelo Departamento de Justiça ianque e por reguladores na Bahamas.

Jogando a m***a no ventilador

Com o colapso da FTX, SBF já não é mais o CEO, pois pediu as suas contas na última sexta (11). Contanto, para quem ficou, o verbo já começou a rolar solto. Segundo reporta o Financial Times, o novo líder da corretora, John Ray III, já resolveu lavar roupa suja em público.

Ray, veterano do mercado que liderou a liquidação da lendária Enron e que está liderando o processo de recuperação judicial da FTX, disse em um processo judicial na quinta-feira que a corretora foi o pior caso de falência corporativa que ele viu em seus mais de 40 anos de carreira.

"Nunca em minha carreira vi uma falha tão completa nos controles corporativos e uma ausência tão completa de informações financeiras confiáveis como esta", disse ele. "Desde integridade de sistemas comprometidos e supervisão regulatória defeituosa no exterior até a concentração de controle nas mãos de um grupo muito pequeno de indivíduos inexperientes, não sofisticados e potencialmente comprometidos, esta situação é sem precedentes", finaliza.

SBF chegou a assumir - em partes - a responsabilidade pela derrocada de sua empresa, apontando alguns de seus equívocos em uma thead do Twitter na última segunda.

"Algumas semanas atrás, a FTX estava lidando com cerca de US$ 10 bilhões/dia de volume e bilhões de transferências. Mas havia muita influência - mais do que eu percebi. Uma corrida aos bancos e uma quebra do mercado esgotaram a liquidez. Então o que posso tentar fazer? Aumentar a liquidez, ressarcir os clientes e reiniciar", afirmou.

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