Seca dobra procura por empresa de economia de água
Companhia de Goiânia presta serviço para redução do consumo em firmas, prédios, condomínios e casas. Faturamento em 2014 foi de R$ 820 mil
A falta de água parece ter pego de surpresa governantes e concessionárias de abastecimento desde o ano passado. Mas o empresário Anderson Silva antevia há dez anos que o recurso seria cada vez mais escasso. Em 1994, largou a gerência de uma companhia de telecomunicações e abriu, em Goiânia, um empreendimento especializado em diminuir o consumo em empresas, prédios, condomínios e casas. Com a crise hídrica no Sudeste, a procura por seus serviços mais que dobrou.
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“Resolvi investir nessa área porque percebi que a demanda seria muito grande, especialmente no mercado corporativo”, afirma o fundador da TRC Sustentável. O serviço consiste em ir até o cliente, fazer um diagnóstico dos problemas, propor estratégias e prever quanto será possível poupar. Aprovado o orçamento, são adotadas medidas como ajustes em registros de pressão, caixas acopladas e válvulas de descarga.
“Implantamos dispositivos redutores de pressão e instalamos softwares para que a pessoa possa controlar o consumo de água e veja quanto está sendo economizado. Por meio desse programa também é possível detectar eventuais problemas e corrigi-los antes que tragam um grande impacto na conta”, diz Silva. A redução, segundo ele, pode chegar a 60%.
A seca dos últimos anos, as multas para quem eleva o consumo e o salto na conta de água têm aumentado a procura pelos serviços da companhia. “Tivemos um aumento de até 150% na procura desde o ano passado, especialmente em São Paulo. A demanda também está alta em estados como Rio de Janeiro e Bahia, pois o assunto está forte na mídia.” Há um ano e meio, a TRC lançou-se como franquia. Está presente em 17 estados do país e faturou R$ 821 mil em 2014.
Como em alguns casos os clientes ainda ficam inseguros sobre a relação entre custo e benefício da proposta, a companhia passou a oferecer um modelo alternativo a quem paga mais de R$ 5 mil de conta d’água. A ideia surgiu durante negociação com um condomínio. “Nós propusemos não cobrar pelo serviço, mas ficar com 50% do que fosse economizado por um determinado período. Eles toparam e acabou sendo vantajoso para os dois, pois isso continuamos trabalhando nesse regime de comodato.”