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Setor de lavanderias deve crescer 25% até 2016

19 mar 2014 - 07h00
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Copa do Mundo, Olimpíadas, ascensão das classes C e D, construção de hospitais, hotéis e apartamentos menores nos grandes centros, emenda constitucional que dá mais direitos aos trabalhadores domésticos e terceirização de serviços domésticos pelo encarecimento do salário dos empregados e pela falta de profissionais para realizá-los. Todos esses fatores estão contribuindo para um verdadeiro boom de lavanderias no Brasil.

O setor cresce a uma média de 5% ao ano, de acordo com a Associação Nacional de Empresas de Lavanderia (Anel), e deve atingir uma expansão de 25% até 2016, segundo um levantamento realizado pela Anel em parceria com o Sebrae-SP. “A tendência é nacional, principalmente nos grandes centros onde haverá jogos da Copa do Mundo”, afirma Márcio Bertolini, consultor do Sebrae-SP.

Existem cinco tipos de lavanderias, explica a presidente da Anel, Paola Tucunduva: de varejo, para hotéis, hospitalares, industriais e aquelas especializadas na lavagem de jeans – o Brasil é o terceiro maior produtor de denim (também chamado de brim) do mundo e também é exportador do tecido, além de calças jeans. Na sua produção, há todo um processo de lavagem que é feito por lavanderias especializadas.

Entretanto, o setor industrial é um dos mais promissores. Enquanto nos Estados Unidos e na Europa 80% das empresas lavam os uniformes de seus funcionários em lavanderias, aqui apenas 20% das companhias fazem isso. “Muitos funcionários ainda levam seus uniformes para lavar em casa”, diz Paola. Ela acrescenta que, com a globalização e a busca por certificados como os ISOs 14001 e 9001, por exemplo, muitas empresas precisam passar a fazer essa lavagem em lugares especializados, porque durante o expediente muitas vezes os uniformes são manchados por resíduos de produtos químicos. O aumento da construção de hospitais no Brasil também fez crescer a demanda por lavanderias hospitalares.

Paola destaca o crescimento do setor na região Nordeste, onde a expansão das lavanderias é mais intensa do que no Sudeste. Ela ainda chama a atenção para o desempenho do setor nas cidades do interior de São Paulo e para o grande potencial da região Norte. “Também está crescendo a procura das classes C e D pelos serviços”, complementa a presidente da Anel.

A recente aprovação da nova lei dos trabalhadores domésticos e a tendência de construção de apartamentos cada vez menores também são fatores que contribuem para o aumento da demanda por lavanderias de varejo. O encarecimento da mão de obra e a falta de espaço estão mudando a atitude das pessoas em relação a esses estabelecimentos. “Já está sendo desmistificada a ideia de que as lavanderias são só para roupas de festa”, diz Paola. “As roupas mandadas para lavanderias duram mais e a pessoa ainda faz uma boa economia de água e energia elétrica”, completa a presidente da Anel. Além disso, os preços dos serviços estão mais competitivos, o que segundo Bertolini se deve ao barateamento promovido pelas redes de lavanderias estrangeiras que hoje operam no Brasil, principalmente as francesas e americanas.

Franquia ou independente?

A dúvida de muitos empreendedores que decidem investir no setor é se é mais vantajoso abrir uma lavanderia independente ou apostar em uma loja  de alguma rede de franquias. “Ambos têm vantagens e desvantagens”, avalia Bertolini. “Não há uma receita certa. É preciso avaliar o perfil (do empreendedor)”, aconselha Paola. A franquia oferece menos riscos, mas, em contrapartida, tem um custo maior.

A Anel oferece um curso para o empresário interessado em conhecer melhor os aspectos técnicos envolvidos no negócio de lavanderias domésticas (de varejo). As aulas vão acontecer no mês de abril e as inscrições vão até o dia 25 de março. O custo é de R$ 1.199. A instituição ainda dá outros cursos para funcionários de lavanderias sobre atendimento e técnicas. Também há cartilhas gratuitas do Sebrae-SP com instruções de como montar uma lavanderia. 

Quem pretende entrar no ramo, no entanto, deve prestar atenção nos impactos ambientais do negócio, alerta Paola. “É preciso encarar a sustentabilidade como algo importante ao próprio negócio, que, além de gerar economia, preserva o meio ambiente”. 

Fonte: PrimaPagina
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