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Startup que acelera recuperação de operados fatura prêmio

Grupo da Unicamp criou técnica que usa células-tronco em fios cirúrgicos; para colocar inovação no mercado, fundou empresa

1 dez 2015 - 07h00
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Já imaginou se fosse possível reduzir em dois terços o tempo de recuperação de um paciente apenas com o fio de sutura usado na cirurgia? Pois o que parece mágica está bem próximo de se tornar realidade. Por meio do uso de células tronco, um grupo de pesquisadores da Unicamp criou uma técnica capaz de acelerar a cicatrização de seres vivos. Para colocar esta inovação no mercado, eles fundaram a startup Fawke, que na última semana conquistou o Prêmio Santander Universidades 2015 na categoria Empreendedorismo.

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Marina Alves Machado, diretora de mercado da empresa, explica que a iniciativa nasceu a partir de uma pesquisa de mestrado sobre o uso de células-tronco em fios cirúrgicos, desenvolvida por Bruno Volpi, na Unicamp. “A ideia é que as células-tronco, ao entrarem em contato com o órgão operado, acelerem a cicatrização e a recuperação do paciente”, revela.

Técnica usa células-tronco em fios cirúrgicos para reduzir em até dois terços o tempo de cicatrização de uma ferida
Técnica usa células-tronco em fios cirúrgicos para reduzir em até dois terços o tempo de cicatrização de uma ferida
Foto: Divulgação

A técnica funciona da seguinte maneira: antes da cirurgia, é recolhido o material celular do paciente e feita a cultura de suas células-tronco, em um processo que demora 24 horas. Este material é passado em um de fio de sutura convencional. Quando ele entra em contato com um órgão, como o estômago, por exemplo, as células-tronco passam para o ferimento, diferenciam-se e viram células do estômago.

“Este procedimento já vinha sendo estudado há algum tempo por outros pesquisadores, mas sem sucesso. O Bruno Volpi, porém, encontrou a concentração ideal de células nos fios. Graças a isso, o tempo de cicatrização foi reduzido em dois terços nos testes com animais”, afirma.

Empolgado com a descoberta, o pesquisador formou uma equipe com outros alunos da universidade e inscreveu o projeto no Desafio Unicamp, competição de modelos de negócios idealizada pela agência de inovação Inova Unicamp. “A ideia ainda era bastante inicial e nosso grupo era formado apenas por alunos de engenharia química sem experiência no mundo dos negócios. Por isso, não ficamos entre os finalistas”, justifica.

Apesar do insucesso inicial, a equipe resolveu insistir na ideia e criou a startup Fawke para levar a inovação ao mercado. Após alguns meses aperfeiçoando o projeto, o grupo se inscreveu em um novo concurso e faturou o Prêmio Santander na categoria Empreendedorismo.

“Diversificamos nossa equipe com um biólogo, que ajudou a explorar pontos diferentes do valor da pesquisa. Além disso, fizemos cursos relacionados à área de empreendedorismo. Agora, estamos em fase de pré-incubação na aceleradora da Unicamp e vamos receber mentoria da Endeavor”, diz.

Como ainda não foram realizados testes em humanos, a ideia inicial é comercializar os fios cirúrgicos com células-tronco no meio veterinário. Para que isso se concretize, a Fawke aguarda pela regulamentação do produto.

“Animais de exposição não podem ter cicatrizes, e os de competição precisam de recuperação rápida. Nossa técnica ajuda nestes dois casos. É um mercado que tem muita procura. Em 2016, também vamos iniciar os testes com humanos para entrar no campo da medicina”, explica Marina.

Fonte: PrimaPagina
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