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Y Combinator corta 20% do time e tira o pé do late stage

Segundo o CEO Garry Tan, assinar cheques para startups mais desenvolvidas era uma "distração na missão original" da empresa

15 mar 2023 - 00h06
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A Y Combinator, um dos nomes mais badalados no Vale do Silício quando o assunto é aceleração de startups, está colocando o pé no freio. A empresa anunciou que vai reduzir sua política de investimentos em startups late stage, um enxugamento que também envolve a demissão de cerca de 17 profissionais, cerca de 20% do seu quadro.

Y Combinator
Y Combinator
Foto: Y Combinator. divulgação / Startups

O movimento foi anunciado no final desta segunda (14) pelo novo CEO da companhia, Garry Tan. Segundo o executivo, que assumiu a liderança da YC em janeiro deste ano no lugar de Geoff Ralston, a decisão serviu para recuperar o foco original da companhia de investir em startps em estágio mais inicial. Segundo Garry, assinar cheques para startups mais desenvolvidas representava uma "distração na missão original" da empresa.

"Não deve haver nenhum efeito perceptível nas empresas que financiamos ou na forma como interagimos com os ex-alunos, mas se alguma empresa ou ex-aluno tiver dúvidas, estou aqui e os parceiros do grupo YC estão aqui - como sempre, para ajudá-lo a fazer algo que as pessoas querem", escreveu Garry em memorando.

Silicon Valley Bank

O timing do anúncio levantou suspeitas se a decisão do CEO foi relacionada ao turbilhão despertado pelo colapso do Silicon Valley Bank. Entretanto, a YC não confirmou se a mudança de estratégia e os cortes tem algo a ver com a crise bancária deflagrada pelo evento. Entretanto, Garry se manteve ativo nas redes durante o fim de semana e se manifestou sobre o assunto em seu Twitter.

"Este é um evento de nível de extinção para startups e vai atrasar as startups e a inovação em 10 anos ou mais. As Big Techs não se importarã com isso. Eles têm dinheiro em outro lugar. Todas as pequenas startups, o Google e o Facebook de amanhã, serão extintas se não encontrarmos uma solução", afirmou.

Ele também escreveu uma petição, agora assinada por mais de 5 mil CEOs e fundadores de tecnologia, pedindo ao Congresso que intervenha e apoie a comunidade empreendedora.

Relacionada ou não ao colapso do SVB, a decisão do novo CEO da YC segue o rastro de medidas cautelosas que a companhia vem fazendo desde o ano passado. Em maio, a empresa causou ondas no mercado ao mudar seu posicionamento frente à aceleradas, alertando para um período de dificuldades financeiras e queda nos aportes. Além disso, ela diminuiu o tamanho de sua turma do 2º semestre de 2022 em 40% e suspendeu seus planos de mudar o QG da companhia de Mountain View para São Francisco.

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