MG discutirá privatização da Cemig no 2º mandato de Zema, diz governo
O governo de Minas Gerais discutirá a privatização da elétrica Cemig no segundo mandato do governador Romeu Zema (Novo), segundo uma nota do Estado divulgada nesta quarta-feira.
O jornal Valor Econômico informou mais cedo que a privatização poderia ocorrer por meio de uma operação de venda de ações que tornaria a elétrica uma "corporation", com controle pulverizado.
Procurado, o governo de Minas Gerais afirmou que discussões sobre eventuais processos de privatização e os modelos a serem adotados "certamente serão objeto de discussão" no segundo mandato de Zema, além de serem amplamente discutidos com a sociedade e demais poderes.
Em nota, o Estado acrescentou que trabalha para a Cemig ter foco total nos investimentos em Minas Gerais.
"Ativos detidos pela empresa fora do seu objetivo principal podem ser alienados, caso haja interesse de outros investidores e o preço de venda seja favorável à Cemig", disse, em nota.
Segundo a notícia do Valor, a proposta do governador seria manter o Estado como um acionista relevante da Cemig. Ainda não estaria definido se haveria a criação de uma "golden share", ação de classe especial que confere ao Estado poder de veto em determinados assuntos.
"O Estado não venderia, a empresa receberia novos investimentos e só de o Estado não ter a voz final eu fico satisfeito, porque a empresa fica blindada contra a má gestão. O Estado continua recebendo dividendos e vai ter uma valorização", disse Zema ao Valor.
Em 2023, ele pretende colocar em curso uma agenda de privatizações, que inclui duas outras estatais, Copasa e Codemig, segundo a publicação.
Zema tem planos de privatizar a Cemig desde que foi eleito governador em 2018, mas o projeto não ganhou tração durante seu primeiro mandato, principalmente por forte resistência de parlamentares locais.
Reeleito em outubro deste ano, ele pretende retomar o plano nos moldes do que foi feito na Eletrobras e que está sendo replicado também pelo Paraná na Copel.
A Cemig é uma das poucas elétricas ainda estatais. Nos últimos anos, a companhia realizou um reposicionamento de sua estratégia, buscando reduzir sua participação em negócios considerados não estratégicos e alocando mais recursos para investimentos em Minas Gerais.