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Milei ameaça desembarcar do Mercosul se conseguir de Trump acordo de livre comércio com os EUA

Em entrevista à Bloomberg, o presidente argentino ponderou que espera chegar a um bom termo com os demais participantes do bloco sem precisar tomar medidas 'tão drásticas'

22 jan 2025 - 18h04
(atualizado às 19h27)
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DAVOS - Os holofotes do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) estiveram voltados para fora das disputadas salas do evento, em Davos, na Suíça, nesta quarta-feira, 22. Chamou a atenção a ameaça do presidente da Argentina, Javier Milei, de deixar o Mercosul para tentar um enlace com os Estados Unidos na gestão de Donald Trump.

Às margens do WEF, em entrevista à Bloomberg, Milei disse que deixaria o Mercosul se necessário em troca de um acordo de livre comércio com os EUA. O presidente argentino ponderou que espera chegar a um bom termo com os demais participantes sem precisar tomar medidas "tão drásticas".

"Mas há mecanismos que podem ser usados até mesmo dentro do Mercosul, então achamos que isso pode ser feito sem necessariamente ter que sair", disse.

Milei, ao longo de seu primeiro ano no poder na Argentina, manteve uma relação tempestuosa com o Mercosul. Em julho, em vez de fazer sua estreia numa cúpula (a de Assunção, no Paraguai), enviou como representante sua chanceler, Diana Mondino, e preferiu prestigiar evento com o ex-presidente Jair Bolsonaro em Balneário Camboriú (SC).

A primeira visita do argentino ao Brasil desde que tomou posse, em dezembro de 2023, acabou sendo uma versão brasileira da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC Brasil), no fim de semana que antecedeu a cúpula do Mercosul, realizada em 8 de julho, uma segunda-feira.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu na ocasião, dizendo que Milei perdeu tempo no Brasil ao participar de um congresso conservador promovido por bolsonaristas, no fim de semana, e criticou a ausência do argentino na cúpula, ao dizer que "quem perde é quem não veio".

À cúpula seguinte, em dezembro, em que seria assinado o acordo com a União Europeia, Milei compareceu, mas levou críticas a Montevidéu (Uruguai). Afirmou que o bloco comercial que seu país fundou há mais de três décadas com Brasil, Paraguai e Uruguai "acabou se tornando uma prisão" para seus membros e pediu uma "nova fórmula".

Milei criticou a Tarifa Externa Comum (TEC), que, segundo ele, encareceu a produção local e "fechou inúmeras rotas comerciais".

Esforço fiscal da Argentina é assunto na Suíça

Nas rodas de conversa em Davos, economistas e executivos reconhecem os frutos da gestão de Milei, que conseguiu desacelerar a inflação e apresentar superávit primário (saldo positivo entre a arrecadação e as despesas do governo, fora os juros da dívida) após um ajuste fiscal severo e reformas micro. Mas tem um desafio pela frente: o setor externo da economia.

Por fim, mais Trump. O Fórum de Davos neste ano está praticamente monotemático. Tudo gira em torno das expectativas para o novo chefe da Casa Branca. Esse aliás foi o tema do tradicional almoço do Itaú BBA, em Davos, que contou com a presença do CEO da Eurasia, Ian Bremmer, e um petit comitê de 40 clientes do banco de investimento.

Nos corredores de Davos, houve até quem cogitasse nova aparição surpresa do republicano nos Alpes Suíços nesta quinta-feira, 23, quando tem agendado um encontro virtual com o público do WEF. Vale lembrar que Trump já fez isso no passado. Para diferentes interlocutores, dessa vez, essa possibilidade é, porém, muito remota já que o republicano acaba de ser empossado.

Estadão
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