Mineradora de Eike demite 200 funcionários desde janeiro
Cortes ocorreram com objetivo de reduzir os custos da companhia
A mineradora de Eike Batista, MMX, que passa por dificuldades financeiras e informou na véspera a paralisação temporária da produção de minério de ferro, já demitiu desde janeiro cerca de 200 funcionários, afirmou nesta quinta-feira o presidente do Sindicato Metabase de Brumadinho, em Minas Gerais, Agostinho José de Sales.
Eike Batista: história, empresas, filhos, fortuna e mais
"Esse ano já demitiram mais de 200 funcionários para a redução de custos", afirmou Sales à Reuters. Atualmente, segundo o sindicalista, a empresa tem cerca de mil funcionários, sendo que 550 são próprios. Ele não entrou em detalhes sobre demissões recentes.
Procurada, a MMX informou que a companhia passou por um processo de reestruturação, reduzindo prioritariamente os cargos de nível gerencial e gestão, e não negou as 200 demissões. "Os empregados diretamente lotados nas áreas operacionais não sofreram impactos significativos. Atualmente, a MMX possui 550 empregados próprios no total", disse a empresa em nota enviada à Reuters.
Na quarta-feira, um dia depois de negar que esteja avaliando um pedido de recuperação judicial, a mineradora do grupo de Eike declarou que vai paralisar a sua produção de minério de ferro, em meio a uma queda nos preços da commodity que agrava a situação financeira da empresa.
Para isso, concederá férias coletivas a seus colaboradores envolvidos diretamente na operação da mina Serra Azul, em Minas Gerais, por 30 dias, a partir da primeira semana de setembro. Esse é o único ativo da mineradora atualmente em produção. As ações ordinárias da empresa caíam 4,1%, para R$ 0,93, às 12h, perto do menor nível da história.
Embargos ambientais
Sales afirmou que o aviso de férias coletivas ainda não chegou ao sindicato, já que precisa passar primeiro pelo Ministério do Trabalho. Ele destacou que a empresa recebeu alguns embargos ambientais e que está trabalhando para resolver o assunto.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) disse que embargou a mina conhecida como “Tico Tico”, em Minas, em fevereiro, por estar localizada em área próxima a cavidades de relevância ambiental.
O embargo apenas será retirado quando estudos da empresa para adequação de raio da área de proteção das cavidades sejam analisados pela Semad e aprovados pelo Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam), disse a Semad.
Em maio deste ano, a secretaria também embargou a Unidade de Tratamento de Minério (UTM) e estrada próximas às cavidades. Segundo o órgão, foram aplicadas duas multas no valor de R$ 50 mil por descumprimento da legislação ambiental. "Nós estamos trabalhando junto para ver se conseguimos as licenças para manter os empregos", disse sales.