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Ministro das Finanças diz que Grécia é vítima de terrorismo

Gregos vão decidir no domingo se aceitam as medidas de austeridade propostas pelo FMI

4 jul 2015 - 16h11
(atualizado às 16h34)
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Bancos na Grécia seguem fechados
Bancos na Grécia seguem fechados
Foto: Twitter

O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, disse hoje (4) que "o que fazem com a Grécia tem um nome: terrorismo". Para Varufakis, se o sim vencer no referendo deste domingo (5), os credores internacionais terão um acordo "absolutamente nefasto". Se o não sair vitorioso, "não será fantástico, mas não será tão ruim", segundo o ministro.

Amanhã, os eleitores gregos vão decidir, em referendo, se aceitam as novas medidas de austeridade propostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu. Em entevista ao jornal espanhol El Mundo, Varoufakis insistiu que, se vencer o não, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, viaja na segunda-feira (6) a Bruxelas e poderá conseguir um acordo melhor.

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Independentemente do resultado do referendo, o ministro acredita que no dia seguinte haverá um acordo. Segundo ele, haverá perda de 1 bilhão de euros se a Grécia sucumbir, algo que a Europa não pode permitir porque "é muito dinheiro". O ministro também garantiu que, na terça-feira (7), os bancos do país reabrirão.

De acordo com analistas, se os cidadãos da Grécia votarem contra o acordo que estava em negociação no último sábado (27), as perspetivas apontam uma saída do país da zona euro. Já a vitória do sim pode reduzir as hipóteses de a Grécia sair do bloco, porque mostraria que a população está disposta a mais sacrifícios, mas isso poderá levar à demissão do governo grego.

O presidente do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, Klaus Regling, disse também hoje esperar “um resultado positivo" no referendo de domingo na Grécia porque o país deve continuar com “reformas necessárias”. “Há muita incerteza sobre o futuro da Grécia. Quero que a Grécia faça parte da zona euro e, por isso, espero um resultado positivo neste processo difícil”, disse Regling numa entrevista ao diário grego Ekathimerini. Para Regling, se o não vencer, “há dúvidas sobre a aplicação das reformas necessárias”, porque elas exigem um governo que esteja convencido delas, e, como tal, “não haverá resultados positivos para a Grécia”. Ele considerou que um novo programa de resgate “não será mais difícil que os do passado”.

O presidente do Partido Socialista Europeu, Sergei Stanishev, pediu aos gregos que “não virem costas à Europa” quando votarem no referendo de domingo sobre as exigências dos credores internacionais. “As imagens que temos visto da Grécia nos últimos dias são dolorosas para todos os europeus. As pessoas que vemos em filas durante horas são pensionistas europeus, pais e mães europeus”, afirmou, assegurando que os “socialistas europeus" lutam "por eles e pela Grécia, cujo lugar é no coração da Europa”.

Segundo Stanishev, os partidos socialistas europeus têm combatido “as forças conservadoras que impõem uma dura austeridade” por uma mudança na Europa. “Juntos conseguimos muito, mas só o podemos fazer se estivermos unidos”, concluiu.

Os gastos públicos elevados e descontrole das contas, entre outros motivos, levaram a Grécia à atual situação. Em assistência financeira desde 2010, o país recebeu dois empréstimos dos parceiros europeus e do Fundo Monetário Internacional totalizando 240 bilhões de euros. Em troca, o governo grego comprometeu-se a cumprir duras medidas de austeridade.

Os aumentos de impostos, a redução de benefícios sociais e o corte de gastos públicos puseram a população em um grande aperto financeiro. No início do ano, Alexis Tsipras, líder da legenda radical de esquerda Syriza, venceu as eleições prometendo renegociar a dívida com os credores internacionais e rever a política de austeridade.

*Com informaçõs da Télam e da Agência Lusa

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