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Ministro defende importação e venda direta de arroz pelo governo: 'Preço justo não é propaganda'

Carlos Fávaro diz que medida combate movimento de especulação em torno dos preços do arroz

1 jun 2024 - 20h06
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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, defendeu a importação e venda direta de arroz pelo governo, após as enchentes no Rio Grande do Sul. A medida vem sendo criticada por entidades representativas da agropecuária, que acusam o Executivo de intervir no mercado. "Em hipótese alguma o governo quer afrontar os produtores. Agora, o que nós precisamos muito é combater a especulação", disse Fávaro, em uma entrevista à CNN Brasil divulgada na noite deste sábado, 1º.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

"Não tem erro na medida, a medida é extremamente correta e necessária." Ele concordou com argumentos das entidades representativas, que dizem que o Brasil é autossuficiente em arroz. Mas argumentou que 70% produção está concentrada no Rio Grande do Sul, onde a tragédia dificultou o escoamento de bens e encareceu os fretes.

Fávaro também disse que houve um forte movimento de especulação em torno dos preços do arroz, que resultou em aumentos de até 30% nos preços. Com a medida do governo, esses preços podem se normalizar até o fim de junho, segundo o ministro. Ele também rebateu a crítica de que a medida poderia servir como propaganda para o Executivo. "O preço justo do arroz não é propaganda, é um combate à especulação", afirmou.

O governo decidiu importar até um milhão de toneladas de arroz e vendê-lo diretamente em supermercados e redes de atacado de alimentos do País. O produto será vendido diretamente em um pacote padronizado de dois quilos, com preço máximo de R$ 8 e um rótulo que diz "Arroz importado pelo governo federal" e traz o logotipo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Plano Safra terá incentivo para maior produção de arroz em Estados, diz ministro

O próximo Plano Safra terá incentivos para aumentar a produção de arroz em diversos Estados, disse o ministro na entrevista. Ele afirmou que esse é um ponto importante para evitar que o País fique vulnerável a eventos climáticos. "O governo já busca medidas, e nós vamos fazer isso no novo Plano Safra: o incentivo para produção de uma quantidade um pouco mais razoável em todos os Estados brasileiros, ou na maioria dos Estados", disse Fávaro. "Teremos estímulos para plantar em todas as regiões."

Os comentários do ministro fazem referência ao Rio Grande do Sul, responsável por 70% do arroz produzido no País. Segundo Fávaro, as enchentes que atingiram o Estado dificultaram o escoamento da produção e encareceram os fretes, com impacto relevante sobre os preços do grão no restante do Brasil. O ministro também argumentou que aumentar a produção em outros Estados fará com que o Brasil ganhe mercado. "Nós queremos um País exportador de arroz, ganhar mercado, estimular os nossos produtores", ele afirmou.

Estadão
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