Momento para alta de juros é incerto, diz BC dos EUA
Federal Reserve deve observar se a surpreendente fraqueza recente na economia norte-americana não é prenúncio de uma desaceleração mais substancial
O momento da elevação da taxa de juros é incerto e o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, precisa observar se a surpreendente fraqueza recente na economia norte-americana não é prenúncio de uma desaceleração mais substancial, disse nesta segunda-feira o presidente do Fed de Nova York, William Dudley.
Ele disse que o relatório fraco de empregos em março, como também dados sobre indústria e vendas no varejo mais fracos que o esperado nos últimos meses, são uma surpresa. No entanto, isso provavelmente reflete "fatores temporários em um grau significativo", incluindo o inverno severo em boa parte dos EUA.
Mas, em declarações relativamente "dovish" para uma plateia empresarial em Newark, ele disse que o Fed precisará "determinar se a fraqueza no relatório do mercado de trabalho em março evidenciada na sexta-feira pressagia uma desaceleração mais substancial no mercado de trabalho do que espero hoje".
O crescimento dos empregos nos EUA, que tem sido um ponto positivo isolado na economia, desacelerou de maneira forte no mês passado. Isso reforçou a percepção de que o Fed vai adiar o início da elevação da taxa de juros para mais tarde em 2015.
Dudley, votante permanente nas decisões sobre política monetária no Fed e um aliado próximo da chair do banco central, Janet Yellen, repetiu que a elevação virá uma vez que o mercado de trabalho melhore mais e quando as autoridades estiverem razoavelmente confiantes de que a baixa inflação retornará à meta de 2%.
"O momento da normalização dependerá de dados e permanece incerto pois a evolução futura da economia não pode ser prevista completamente", disse Dudley em declarações preparadas, acrescentando que espera que a trajetória de elevações dos juros seja "relativamente rasa".
O primeiro trimestre foi "bastante fraco" com crescimento do Produto Interno Bruto de cerca de apenas 1%, mas o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter uma retomada para uma expansão acima de 2% para 2015 como um todo, disse ele. O desemprego, em 5,5%, deve recuar para perto de 5% até o final do ano, com o crescimento salarial acelerando, previu Dudley.
Mas existem riscos à esta perspectiva, acrescentou ele. Os preços baixos do petróleo e a queda na atividade da indústria doméstica exercerão um "peso significativo" sobre a atividade econômica dos EUA, disse Dudley, enquanto o dólar alto continuará a pressionar os preços de importados.