Montadoras consideram usar caixa-preta em carros autônomos
Instalação de um gravador de dados no estilo dos usados em aeronaves poderia ajudar a resolver algumas questões sobre quem é responsável quando um veículo do tipo se envolve num acidente
Montadoras alemãs estão considerando usar gravadores no estilo das caixas-pretas de aviões em carros autodirigíveis, ideia controversa num país preocupado com vigilância, mas passo talvez crucial para permitir que a tecnologia chegue às estradas.
A Mercedes-Benz
Mas enquanto algumas itens, como estacionamento assistido, estão comercialmente disponíveis, questões jurídicas estão prejudicando a implantação de outras tecnologias, tais como ultrapassagens automáticas nas auto-estradas, e os carros totalmente autônomos permanecem sendo protótipos.
A instalação de um gravador de dados no estilo dos usados em aeronaves poderia ajudar a resolver algumas questões, dando a fabricantes e seguradoras clareza sobre quem é responsável quando um carro autodirigível se envolve num acidente.
A questão está sendo debatida em mesa-redonda sobre condução autônoma da Alemanha, grupo formado por funcionários do governo.
O grupo tem como objetivo assegurar à Alemanha não perder a sua vantagem na fabricação de automóveis e inclui montadoras, advogados, defensores da privacidade e executivos de seguradoras encarregados de identificar deficiências na regulação da Alemanha, conhecimento tecnológico e enquadramento jurídico.
"Se os carros devem ter uma caixa-preta é um dos itens que estão sendo discutidos", disse uma pessoa familiarizada com as deliberações, que não quis ser identificada, à Reuters.
Com 90 por cento dos acidentes causados por erro humano, os engenheiros da montadoras estão convencidos de que deve ser dada mais liberdade aos carros para intervir e ajudar os motoristas numa situação de perigo da mesma forma que os computadores ajudam os pilotos a pousar aviões.
Mas uma questão crucial que está sendo debatida por um subgrupo da mesa redonda gira em torno de responsabilidade.
A lei alemã não faz distinção entre um carro num acidente em que estava dirigindo de forma semi-autônoma ou completamente sem o condutor, apesar de haver uma diferença enorme de tecnologia.
(Por Edward Taylor e Jan Schwartz)