Moody's eleva rating do Brasil e mantém perspectiva positiva
A agência de classificação de risco Moody's elevou a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, deixando o país apenas um degrau abaixo do chamado grau de investimento, equivalente a um selo de bom pagador.
Nessa elevação da Moody's a perspectiva para o rating do Brasil foi mantida em positiva.
"A elevação reflete melhoras materiais no crédito, que esperamos que continuem, incluindo um crescimento mais robusto do que o anteriormente estimado e um histórico crescente de reformas fiscais e econômicas que emprestam resiliência ao perfil de crédito", disse a Moody's em comunicado.
A agência, porém, ressaltou que a credibilidade do arcabouço fiscal ainda é "moderada", e que isso se reflete no custo "relativamente elevado" da dívida do Brasil.
"Um crescimento mais robusto e uma política fiscal consistentemente aderente ao arcabouço permitirão que a dívida se estabilize no médio prazo, ainda que em níveis relativamente elevados", acrescentou.
A perspectiva positiva para o rating brasileiro, segundo a Moody's, reflete a possibilidade de o crescimento econômico aliado ao cumprimento das regras fiscais melhorar a credibilidade institucional e diminuir os custos de empréstimos a um ritmo mais acentuado do que o previsto no momento.
"Um custo menor teria um impacto positivo sobre a trajetória da dívida do Brasil, especialmente se combinada com um crescimento mais robusto do que o previsto atualmente", acrescentou.
A Moody's disse também que o teto dos ratings brasileiros mudou. O limite para a nota da dívida em moeda local passou para A3, de Baa1, ou quatro níveis acima do rating soberano. O teto para a nota de crédito em moeda estrangeira subiu para Baa1, de Baa2.
Tesouro do Brasil fala que decisão 'reforça tendência'
O Ministério da Fazenda, por meio do Tesouro Nacional, afirmou que a decisão reforça a tendência de melhora das notas de crédito do País, iniciada em 2023.
Com essa decisão, o Brasil fica agora a um passo do grau de investimento pela agência.
Em nota, a pasta reafirmou seu compromisso com a melhoria contínua dos resultados fiscais e com esforços para aumentar a arrecadação e conter gastos.
"Além de estabilizar a relação dívida/PIB, um balanço fiscal mais robusto contribuirá para a redução das taxas de juros e a melhoria das condições de crédito, criando um ambiente favorável à expansão dos investimentos públicos e privados", diz o documento divulgado à imprensa.
O Ministério avalia que a elevação da nota de crédito pela Moody's reflete o reconhecimento dos avanços nas contas públicas, de um cenário propício ao crescimento e da solidez dos fundamentos da economia brasileira.
Com Estadão Conteúdo