Morgan Stanley rebaixa ações do Brasil, com alerta para o déficit fiscal
"Coisas podem piorar antes de melhorar", diz trecho do relatório do banco, ao citar a expectativa pelo pacote de cortes de gastos
Morgan Stanley rebaixa ações brasileiras para 'underweight' devido ao déficit fiscal e aumento da taxa de juros.
O Morgan Stanley rebaixou as ações brasileiras para "underweight" - termo equivalente a uma recomendação de venda -, em um relatório divulgado nesta semana. O texto cita o crescente déficit fiscal aliado ao aumento da taxa de juros como principais motivos para a recomendação.
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Segundo o relatório, assinado pelos analistas Nikolaj Lippmann, Juan Ayala e Julia Nogueira, as altas taxas de juro tornam a renda fixa mais atrativa do que o mercado de ações.
“O financiamento do governo está sugando o oxigênio do mercado local de renda variável", afirma trecho do documento. Para os analistas, quem investe em renda fixa poderá duplicar o seu dinheiro dentre de 6 a 7 anos. "As ações locais não conseguem competir com isso”, diz o relatório.
Caso os gastos do governo se mantenham elevados, a expectativa é de que o Banco Central continue com o ciclo de alta de juros para controlar a inflação.
O banco cita ainda as promessas do Ministério da Fazenda de apresentar medidas de cortes de gastos em breve. Apesar de ver de forma positiva, os analistas do Morgan Stanley acreditam que "as coisas podem piorar antes de melhorar".
Nas últimas semanas, o ministro Fernando Haddad deu algumas declarações sobre o pacote de cortes de gastos. Em todas, ele afirmou que as negociações dentro do governo estavam avançadas. Porém, acreditava-se que as medidas já teriam sido anunciadas, expectativa que foi frustrada. Agora, espera-se que, com o fim do G20, o pacote seja finalmente divulgado.