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Motoristas de aplicativo preferem auxílio de R$ 1 mil, mas aceitariam R$ 200

Presidente de associação que representa motoristas de aplicativo afirma que auxílio ideal teria o mesmo valor concedido a caminhoneiros, mas entende que a economia está fragilizada e quer incluir autônomos no valor recebido por taxistas

4 jul 2022 - 19h13
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BRASÍLIA - O presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo de São Paulo (Amasp), Eduardo Lima, afirmou que a categoria pleiteia junto a deputados a extensão do auxílio-taxista de R$ 200 previstos na "PEC Kamikaze" também aos motoristas de aplicativo.

"Equiparar o valor do benefício aos caminhoneiros (R$ 1 mil) seria o ideal para a classe; mas sabemos que seria impossível no momento, devido à economia fragilizada que temos hoje", afirma. "Sendo assim, nosso trabalho se resume a incluir nossos motoristas no valor dos taxistas, para que tenhamos êxito na investida junto a essa emenda."

Segundo Lima, a associação está em contato com o deputado Baleia Rossi (SP), presidente do MDB, para apresentar suas demandas. Nesta segunda-feira, 4, em entrevista ao Estadão, o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), relator da PEC na Câmara, afirmou que pode incluir a motoristas de aplicativos no pacote de benefícios.

Isso aumentaria ainda mais o custo da PEC, já cotada em R$ 41,25 bilhões. Segundo o relator, que também prevê a retirada do estado de emergência do texto, com a inclusão de novos benefícios, o custo da PEC pode chegar a R$ 50 bilhões.

Cadastro

Um dos desafios da inclusão de motoristas de aplicativo no auxílio-combustível é o cadastro - já que, diferentemente dos taxistas, os trabalhadores não são credenciados por órgãos públicos.

O presidente da Amasp sugere que o cadastro dos beneficiados seja trabalhado em conjunto com as empresas, estipulando um período mínimo de seis meses de trabalho. "Isso para configurar que o motorista esteja ativo no serviço e não ocorra nenhum tipo de cadastro fraudulento", diz Lima.

A Amasp tem hoje cerca de 35 mil associados. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, ao final de 2021, 945 mil brasileiros trabalhavam como motoristas de aplicativo e taxistas.

Procuradas pela reportagem, a Associação dos Motoristas de Aplicativos (AMA) e a Uber não se manifestaram. Sem responder especificamente sobre o auxílio-combustível, a 99 afirmou em nota que a empresa "está atenta ao impacto negativo que os constantes reajustes de combustíveis têm causado às atividades no transporte individual por aplicativos" e que implementou o "Adicional Variável de Combustível", um auxílio de R$ 0,10 por quilômetro rodado para cada R$ 1 de aumento no preço dos combustíveis.

Estadão
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