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Mourão: Brasil tomou medidas urgentes para proteger Amazônia

O vice-presidente disse que o aumento de crimes ambientais deixa o País "vulnerável" para uma campanha "difamatória" no exterior, com barreiras comerciais que classificou como "injustificáveis"

10 ago 2020 - 12h17
(atualizado às 12h40)
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BRASÍLIA - Em encontro Ibero-Americano da Agenda 2030 do Poder Judiciário, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, buscou passar a imagem de que o Brasil está fazendo o dever de casa: falou do combate ao coronavírus, da eventual aprovação de reformas econômicas e da proteção da Amazônia. Ele também indicou preocupação com a possível imposição de medidas protecionistas ao Brasil pela postura do País durante a pandemia e um receio "ainda maior" com as tensões entre China e Estados Unidos.

"Executamos medidas urgentes para conter o desmatamento e as queimadas e estamos construindo um planejamento para médio e longo prazos para a Amazônia Legal. O momento não poderia ser mais desafiador, a pandemia da covid-19 atinge severamente o nosso país, assim como as demais nações ibero-americanas. Infelizmente, o Brasil ultrapassou, no fim de semana, 100 mil pessoas mortas pela covid. São perdas irreparáveis que colocam toda a nação em luto", disse Mourão no encontro nesta segunda-feira, 10, por videoconferência.

Vice-presidente Hamilton Mourão
09/07/2020
REUTERS/Adriano Machado
Vice-presidente Hamilton Mourão 09/07/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"No plano externo, nos preocupa que a crise gerada pela pandemia seja utilizada como justificativa para a imposição de medidas protecionistas. Acompanhamos, com receio ainda maior, o acúmulo de tensões entre as duas principais potências econômicas do Planeta e seus possíveis efeitos desestabilizadores sobre o sistema internacional", emendou.

O vice, que também preside o Conselho da Amazônia, destacou que o Brasil, ao fortalecer o compromisso com "parâmetros globais de sustentabilidade", reforça o comprometimento com "o diálogo, o multilateralismo, a cooperação e o direito internacional".

Ele disse ainda que o sucesso dos exportadores brasileiros do agronegócio depende da confiança dos mercados internacionais e que o aumento de crimes ambientais deixa o País "vulnerável" para uma campanha "difamatória" no exterior, com barreiras comerciais que classificou como "injustificáveis".

Mourão admitiu mais uma vez que o desmatamento na floresta amazônica será maior este ano do que no anterior. E voltou a falar que, se necessário, o governo pode manter a Garantia de Lei e da Ordem (GLO) na região amazônica até o fim de 2022.

O vice afirmou que o fortalecimento da política para a Amazônia "torna-se elemento essencial para reerguer e modernizar a economia". "Cada vez mais as empresas brasileiras e as multinacionais que atuam no País são cobradas a apresentar melhores credenciais ambientais, sociais e de governança."

Para Mourão, o Brasil enfrentará uma série de desafios para a retomada econômica, mas a postura do governo brasileiro pela promoção de reformas econômicas e pela abertura aos mercados externos posiciona o País de forma favorável. Ele destacou como prioridades as reformas tributária e administrativa no Congresso. "As reformas colocadas em curso buscam assegurar o controle do gasto público e o aumento da produtividade", declarou.

Estadão
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