Movimento no comércio tem alta de 17,6% na capital paulista
Crescimento mostra recuperação no mês de outubro; resultado já está próximo do mesmo patamar de 2019, antes da pandemia
O avanço da vacinação, a reabertura do comércio tradicional e o Dia das Crianças deram um ânimo novo para o varejo da cidade de São Paulo. Na primeira quinzena deste mês, o número de consultas para compras em lojas físicas e online cresceu 33,8% sobre o mesmo período de setembro e foi 17,6% maior ante o mesmos dias de 2020, quando parte do varejo físico estava de portas fechadas por causa da pandemia, apontam os dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Em comparação com outubro de 2019, quando a economia funcionava normalmente, o resultado atual da primeira quinzena do mês está quase se equiparando, com um recuo de apenas 0,5%.
"Horário expandido de comércio, movimentação maior da população, aumento forte do comércio online, todos esses fatores contribuíram para esse resultado", afirma o economista-chefe da ACSP, Marcel Solimeo. Ele frisa, no entanto, que a base de comparação, a primeira quinzena de outubro de 2020, é muito fraca.
Solimeo acredita que o varejo paulistano volte para o nível de 2019 no final do mês que vem. "Estamos recuperando o patamar anterior, agora o que o varejo deixou de vender, não tem volta. No comércio vale a máxima: venda adiada é venda perdida", afirma.
O Estado de São Paulo responde por cerca de um terço do varejo nacional e a capital paulista representa cerca de 10%. No entanto, o economista argumenta que não é possível extrapolar essa recuperação para o restante do País. É que o varejo paulistano tem características próprias. "Não dá para dizer que melhorou para São Paulo, melhorou também para o Brasil."
Incertezas
A expectativa da entidade é a de que o varejo comece o ano de 2022 num patamar superior ao de 2019, período pré-pandemia. Mas o ano que vem será marcado por muitas incertezas. Entre elas estão o fato de 2022 ser um ano eleitoral e com cenário de inflação em alta, especialmente de serviços e tarifas, que acabam consumindo parcela importante da renda. Além disso, observa Solimeo, há incertezas no campo fiscal, com o novo Bolsa Família, o Auxílio Brasil, de ele ficará dentro ou fora do Orçamento. "O cenário para 2022 não é muito brilhante", afirma.