MRV prevê novo ciclo com retomada de 40 mil unidades por ano no País
Empresa fará 'simplificação das operações', com a decisão de parar de atuar em um terço das 120 praças com obras da MRV; estratégia é 'manter uma operação de 40 mil unidades anuais'
ESPECIAL PARA O ESTADÃO - Premiada no 30.º Top Imobiliário, a MRV ficou na 3.ª posição do ranking das construtoras e na 4.ª entre as incorporadoras, com o lançamento de 12 empreendimentos em São Paulo. De acordo com os dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), foram 4,2 mil unidades residenciais, um aumento de 125% em comparação com 2021. O valor geral de vendas (VGV) subiu 175%, passando de R$ 392 milhões para R$ 1,08 bilhão no ano passado.
O mercado paulistano, que respondeu por uma fatia de 12% do total nacional tanto em unidades como em valor, apresentou crescimento, mas no Brasil o desempenho caiu. O lançamento de 36 mil habitações resultou em R$ 9,1 bilhões em VGV, redução de 3,1%. As vendas de 33,3 mil apartamentos representaram queda de 17%, afirmou Sergio Paulo Amaral dos Anjos, diretor comercial da MRV.
Pior foi a queima de caixa de R$ 847 milhões em 2022. "A fotografia do ano não é bonita", disse o copresidente da MRV&Co, Rafael Menin, em teleconferência sobre o desempenho, em março. "São resultados piores, fruto de operação com margem de 18%, enfrentando enorme inflação em dois anos." Ele vê "o futuro com otimismo" por conta dos ajustes. "Temos um preço de venda subindo, o custo estável e o volume de venda aumentando. O pior já passou."
Em um ano, o preço dos apartamentos da MRV aumentou 23%. O tíquete médio subiu de R$ 169 mil para R$ 208 mil em dezembro de 2022. "Recuperamos dez pontos porcentuais na margem de novas vendas", explica Amaral. A meta é chegar a R$ 230 mil até o fim deste ano.
Entre os ajustes, haverá "simplificação das operações" com a decisão de parar de atuar em um terço das 120 praças com obras da MRV. A estratégia, segundo Amaral, "será manter uma operação de 40 mil unidades anuais", alinhada à "saída de 40 cidades, com foco na rentabilidade, geração de caixa e desalavancagem da companhia".
Os números melhoraram no primeiro trimestre. "Os lançamentos somaram R$ 982 milhões em VGV. As vendas cresceram 4%, saindo R$ 1,74 bilhão para R$ 1,81 bilhão", declara Amaral.
Ele defende a importância de São Paulo. "Temos diversos projetos na região", diz, citando dois empreendimentos na Zona Leste e o Pode Entrar, programa de moradia popular da Prefeitura de São Paulo.
"A MRV ofertou 6.258 unidades em 12 empreendimentos", conta Amaral. "Tivemos sucesso em todas elas." A expectativa é assinar os contratos - com valor global de R$ 1,1 bilhão - no segundo semestre. "Isso é muito bom para as finanças da companhia." Após o início das obras, o prazo é de 24 meses para entregar os projetos.