Analistas acham mudança na inspeção de frigoríficos positiva
Segundo especialistas, mudança não deve causar preocupação a exportadores; entidade de defesa do consumidor se diz preocupada
As mudanças na fiscalização da carne podem ser positivas — se o governo conseguir desburocratizar o procedimento de inspeção — e não devem afetar as exportações brasileiras, segundo especialistas ouvidos pelo Estado. As entidades de defesa do consumidor, no entanto, veem a proposta com preocupação.
Na avaliação de Alexandre Mendonça de Barros, da consultoria especializada MBAgro, a inspeção de qualidade feita pelos próprios frigoríficos ocorre em outros países e seria um passo importante para desburocratizar o processo. "O Estado não tem condições de ampliar o número de fiscais do Ministério da Agricultura. É uma forma inteligente de agilizar a fiscalização e o governo deve aplicar as multas devidas, caso necessário."
O consultor e ex-secretário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Welber Barral, avalia que a mudança não deve causar impacto nas relações com os países que compram carne do Brasil. "Os países compradores têm equipes próprias que vêm ao frigorífico verificar se as exigências dos importadores estão sendo cumpridas e é interesse das empresas manter os mercados externos que foram conquistados."
Já o diretor de Fiscalização do Procon-SP, Osmário Climaco de Vasconcelos, é menos otimista. "Apesar de o Procon não fiscalizar a carne in natura, apenas a processada, acreditamos que deixar a inspeção nas mãos das empresas é preocupante. Há casos recentes de baixo controle sanitário e é preciso garantir que o consumidor está recebendo produtos de qualidade."
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