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Muitos membros do Fed defendem paciência em relação a altas futuras dos juros, diz ata

9 jan 2019 - 17h34
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Muitos membros do Federal Reserve afirmaram no mês passado que poderiam ser pacientes sobre os futuros aumentos da taxa de juros e alguns não apoiaram o aumento decidido pelo banco central norte-americano no último mês de 2018, mostrou a ata da reunião realizada em 18 e 19 de dezembro.

Jerome H. Powell, chairman do Fed, durante depoimento no Congresso dos EUA, em Washington  22/06/ 2017.   REUTERS/Joshua Roberts
Jerome H. Powell, chairman do Fed, durante depoimento no Congresso dos EUA, em Washington 22/06/ 2017. REUTERS/Joshua Roberts
Foto: Reuters

A divulgação da ata nesta quarta-feira ocorreu em meio a um crescente coro de membros da autoridade monetária afirmando que o Fed não precisa ter pressa em elevar mais os juros em meio a preocupações com o estresse do mercado financeiro e com a desaceleração da economia global.

A ata mostrou que os membros do Fed ainda achavam que a economia dos EUA estava em boa forma no mês passado, quando o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) elevou seu intervalo de metas para os empréstimos overnight em 0,25 ponto percentual. Eles também sinalizaram na reunião que estavam no caminho para dois aumentos de taxa em 2019.

Mas a ata deixou claro que havia preocupações crescentes sobre a turbulência nos mercados financeiros e relatos de uma desaceleração global.

"Muitos participantes expressaram a opinião de que, especialmente em um ambiente de pressões inflacionárias moderadas, o comitê poderia se dar ao luxo de ser mais paciente em relação a um aperto adicional", de acordo com a ata.

O documento também mostrou que "vários" membros disseram que, antes de mudar os juros novamente, era importante para o Fed avaliar os riscos que se tornaram "mais pronunciados nos últimos meses".

Depois de sofrer perdas significativas no quarto trimestre, o mercado de ações do EUA continuava turbulento.

Os membros do Fed também discutiram a possibilidade de abandonar completamente as orientações futuras para as perspectivas futuras da política de taxas de juros.

"Vários participantes expressaram a opinião de que pode ser apropriado nas próximas reuniões remover completamente a orientação e substituí-la por uma linguagem que enfatize a natureza dependente de dados das decisões", de acordo com a ata.

Desde a reunião de dezembro, um crescente número de membros do banco central dos EUA, incluindo o chairman do Fed, Jerome Powell, defendeu parcimônia. Na quarta-feira, vários membros do Fed disseram que seriam cautelosos quanto a novos aumentos nas taxas de juros.

Os membros do Fed também discutiram na reunião de dezembro uma série de opções para mudanças na estrutura do BC norte-americano para a execução da política monetária, de acordo com a ata. Entre essas opções, uma incluía a possibilidade de uma maior "reserva" de títulos.

Atualmente, o Fed está reduzindo o tamanho de seu balanço e seu plano de longo prazo é "não ter mais títulos do que o necessário para implementar a política monetária de forma eficiente e eficaz".

Mas os membros do Fed discutiram como "pode ser apropriado, em vez disso, fornecer um colchão de reservas suficiente para garantir que o Federal Reserve opere consistentemente na parte plana da curva de demanda de reserva", de acordo com a ata.

Alguns membros do Fed disseram que o BC dos EUA também poderia reduzir o ritmo de queda das reservas, à medida que se aproxima do nível desejado de longo prazo.

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