Mulheres e a difícil arte de tomar decisões financeiras
Por que decisões financeiras são tão complicadas, principalmente para as mulheres?
Por que é tão difícil tomar decisões? Por que este é o tendão de Aquiles de tantos profissionais fantásticos que tem por aí? E por que decisões financeiras são tão complicadas, principalmente para as mulheres?
Você já comprou um carro sozinha? Fez um financiamento da casa própria? Ou então decidiu que vai vender o carro, usar só aplicativo e investir o dinheiro? E decidiu investir onde? Renda Fixa? Bolsa? Empreender?
Assisti um painel com empreendedoras em 2019 e alguém da plateia mandou a seguinte pergunta: Qual a maior dificuldade na sua carreira? Todas responderam: Tomar decisões.
De acordo com matéria publicada na Pequenas Empresas & Grandes Negócios, as mulheres tem dificuldade de tomar decisões financeiras principalmente por desconhecer termos técnicos financeiros e por achar que dinheiro é assunto de homens.
Olha, o que tenho para te dizer a respeito disso é: Qualquer pessoa (homem, mulher, ET) vai ter dificuldade em decidir sobre algo que não tem conhecimento.
Mas isso é fácil de resolver: há muito material na internet a respeito de vários assuntos e nada melhor do que pesquisar a respeito. Não sabe o que é debêntures? É fácil! Pesquise a respeito e descubra o que é. Simples assim!
Meninas, recadinho muito importante: esse papo de que finanças é coisa para homem, é papo furado! Você precisa deixar de lado essa crença limitante! Finanças é coisa para todos que são economicamente ativos. Se você tem dinheiro na sua carteira, tem que saber lidar com ele.
De acordo com Welch (2002), há diferenças importantes no estilo masculino e feminino de tomar decisões. Os homens tendem a encarar uma situação decisória como um desafio intelectual. Eles evitam ouvir outras pessoas e decidem com agilidade, porque entendem tais ações como uma representação de capacidade e de independência. Por outro lado, as mulheres tendem a perceber tais situações como uma oportunidade para construir relacionamentos e até obter consenso, sem se sentirem piores por consultar outras pessoas.
Vamos a alguns passos para você começar a tomar pequenas decisões:
- • Esqueça "certezas"
Não dá para ter certeza de nada nesta vida, apenas que um dia vamos morrer. Tudo muda constantemente e precisamos estar preparados para perceber os indícios e vivenciar as mudanças.
- • Estabeleça um prazo:
Assim você não corre o risco de postergar infinitamente a decisão. Escolha um dia D e comprometa-se com a data.
- • Defina os principais fatores que envolvem sua decisão
No meu caso, por exemplo, não basta eu querer ir trabalhar em outra cidade, pois tenho que pensar no trabalho do marido, faculdade para o mais velho, escola para o mais novo.
- • Faça uma lista com todas as suas opções
Pois quanto mais informações você tiver, mais segura estará para decidir.
- • Verifique se a decisão afeta outras pessoas
Se eu resolver trabalhar em SP, preciso conversar com meu marido e meus filhos. Mas se eu resolver investir meu dinheiro em LCI, não preciso conversar com eles. Simples assim.
- • Aprenda sobre os assuntos que envolvem sua decisão
Quer comprar uma casa? Então pesquise as opções de financiamento, como funciona o mercado imobiliário.
Deixa eu te contar um segredo: Eu não nasci sabendo educação financeira. Dediquei tempo, dinheiro e durante anos estudei muito sobre finanças pessoais. Aplico na minha vida pessoal, profissional e ainda uso para auxiliar muitas pessoas no Linkedin.
Algumas formas que uso para decidir com maior segurança:
- • Penso nos meus valores
Não abro mão deles. E você? Trabalharia numa empresa que sonega impostos e engana clientes? Viu como é fácil? Sua consciência é uma grande aliada na hora de decidir.
- • Converso com pessoas que tenham experiência no assunto
Não há nada de errado em pedir conselhos. Mas lembre-se, ninguém vai tomar a decisão por você. Só você tem esse poder.
- • Tenho como experimentar? Então melhor
Vamos supor que você trabalha como administrativo numa empresa e quer ser professora de matemática. Use os finais de semana e turnos livres para ver se você gosta, se te dá retorno financeiro, se você consegue clientes e planejar aos poucos sua transição de carreira.
- • Converso com as pessoas afetadas pela minha decisão
Marido e filhos fazem parte da minha vida e não posso simplesmente mudar de estado, por exemplo, sem consulta-los.
Agora, tem algumas decisões que você nem precisa pensar muito para tomar e vão fazer toda diferença na sua vida:
- • Deixe de ser consumista
- • Controle suas finanças
- • Aprenda mais sobre finanças pessoais comigo
- • Nunca mais compre por impulso
- • Mude sua crença limitante de que dinheiro é coisa para homens
- • Pare de tentar agradar amigos, familiares e parceiro
Confiança em si mesmo é uma peça fundamental para a tomada de decisões, depois é uma questão de praticar, cada vez mais. Acabe com a Síndrome da Impostora!
(*) Patriciah Froner é educadora financeira.