Mulheres e negros lutam por reconhecimento no mercado de TI
Pesquisa aponta que 66% dos profissionais autodeclarados negros não estão satisfeitos com o atual emprego
Uma pesquisa realizada pela IT Mídia, empresa de pesquisas, premiações e eventos da área de tecnologia, avaliou a relação dos profissionais de TI com seus empregadores do ponto de vista da diversidade e inclusão. O estudo fornece elementos para uma análise das reais circunstâncias da incorporação de mulheres e autodeclarados negros no setor, a partir de informações que revelam o grau de satisfação com o atual trabalho, a busca por reconhecimento, a empregabilidade e os fatores motivadores de carreira.
Durante dois meses, 445 profissionais deste nicho de todo o Brasil responderam as questões levantadas pela companhia.
Os menos satisfeitos com o emprego atual são os autodeclarados negros (66%). Desses, 33% alegaram que o ciclo no trabalho em que estão no momento está acabando, 20% que estão avaliando outras oportunidades e 13% que necessitam de algo diferente em breve. Já entre profissionais brancos e pardos, 50% declararam estar felizes e engajados.
O que está por trás dessa insatisfação?
Ao analisar o que poderia estar por trás da insatisfação desses profissionais, ou perguntando quais seriam seus principais motivadores em um ambiente de trabalho, o resultado chama a atenção, já que 60% deles apontam reconhecimento e cargo como principais fatores de satisfação, assim como para 43% das mulheres.
Nos homens, este índice cai para 35% e perde para o principal fator de motivação, que é a responsabilidade da função exercida (37%).
Os profissionais negros estão entre os procurados com mais frequência para oferta de trabalho, com 33%, seguido dos pardos (28%), amarelos (25%) e brancos (23%).
“Isso revela que existe uma busca pelo aumento da diversidade étnica no mercado. Porém, apesar da diversidade ser cada vez mais discutida dentro das organizações, os dados indicam que 1/3 das mulheres raramente recebem ofertas de trabalho”, explica o gerente de Estudos e Pesquisas da IT Mídia, Pedro Hagge,.
Equipes de TI não trabalham a diversidade
Na pesquisa geral, outro dado chama atenção. Perguntados sobre os principais desafios que fazem os profissionais de TI trocarem de empresa, a baixa diversidade das equipes aparece com 9%, índice que saltou para 38% quando os entrevistados estão na faixa etária abaixo de 25 anos.
Para Hagge, a diversidade deve, cada vez mais, ser observada pelas empresas. “Os gestores deverão se aprofundar no tema para conseguir contratar e reter estes profissionais que estão ingressando no mercado e ocuparão cadeiras importantes num futuro próximo. Além disso, a pauta de diversidade se tornou um diferencial para os mais jovens, na hora de fazer parte de uma companhia”, finaliza.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da COMPASSO, agência de conteúdo e conexão.