Mulheres na liderança
Empresas que investem em diversidade de gênero têm 15% a mais de chances de ter rendimentos acima da média, aponta pesquisa
Pesquisa da McKinsey & Company indica que empresas que apostam na diversidade de gênero entre seus funcionários têm 15% mais chances de gerar ganhos acima da média do que aquelas que não reconhecem esse quesito. Outro estudo, da FIA Employee Experience, mostra que a liderança feminina é maior nas empresas que têm os melhores ambientes de trabalho. No Dia Internacional da Mulher, dados como esses mostram a importância de valorizar a diversidade de gênero nas empresas. "As mulheres vêm ganhando representatividade nas organizações", diz Lina Nakata, uma das responsáveis pela pesquisa batizada de Lugares Incríveis para Trabalhar (Lipt), da FIA Employee Experience.
De acordo com o estudo da Lipt, a participação de mulheres em cargos de alta liderança (diretora e C-Level) passou de 27%, em 2021, para 33%, no ano seguinte, no universo de 140 grandes empresas do Brasil. A pesquisa foi respondida por 186 mil funcionários em 2022. Na média liderança (gerência), 38% dos cargos dessas empresas são ocupados por mulheres, ante 39% da pesquisa no ano anterior. Nesse universo, 55% das Lipt têm práticas inclusivas de atração e retenção das mulheres, como comitês para discutir e desenhar sua ascensão nas empresas, rodas de conversa sobre maternidade e carreira, licença-maternidade e programas de home office, entre outras ações.
"As ações de equidade de gênero cresceram de 2021 para o ano seguinte", destaca Nakata. Se comparados com os de todas as companhias, os dados das empresas Lipt mostram a maior preocupação em atrair a mão de obra feminina. Um exemplo é que 30% delas têm benefícios exclusivos para as mulheres, enquanto essa porcentagem é de 18% no universo de todas as empresas pesquisadas. Talvez porque, como aponta Raquel Reis, CEO de Saúde e Odonto da SulAmérica, "está cientificamente comprovado que diversidade de comportamento traz robustez de decisões". Raquel Reis acredita que o seu desafio como mulher em um cargo de liderança é garantir a equidade nas oportunidades de trabalho.
A francesa Catherine Petit diz que sua maneira de liderar ajudou muito na sua promoção para assumir o cargo de diretora-geral da Möet Hennessy no Brasil - antes, ela era responsável por desenvolver o mercado africano para esse grupo gigante de bebidas. "Acredito na liderança inclusiva, quero empoderar as pessoas e trabalhar em equipe", conta ela.