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Não há risco de aumento de preços após enchentes no sul, diz economista

Guilherme Hermann explica que a maior parte das safras de soja, milho, trigo e arroz já haviam sido colhidas antes mesmo das enchentes

20 mai 2024 - 05h00
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Resumo
O economista Guilherme Hermann aponta que, apesar das projeções de queda para este ano de safras, os preços dos grãos produzidos no Rio Grande do Sul não devem aumentar consideravelmente, visto que a maior parte da colheita já foi realizada antes das enchentes.
Foto: Divulgação/Emater-RS

Apesar das projeções mostrarem queda nas safras a serem colhidas este ano, os preços dos grãos produzidos no Rio Grande do Sul não devem subir consideravelmente a ponto de atingir o consumidor nas prateleiras dos mercados. Isso é o que considera o economista Guilherme Hermann, que atua na gestão de riscos na Agrofel, empresa que negocia cerca de 10% da safra gaúcha.

Hermann explica que a maior parte das safras já havia sido colhida antes mesmo das enchentes que deixam o território gaúcho debaixo d'água. O alto percentual de área colhida está disponível no último boletim da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS), referente à semana finalizada nesta sexta-feira, 17.

Confira os percentuais colhidos dos grãos no RS:

  • Soja: até 16 de maio, 85% da safra já foi colhida; 
  • Milho: 88% da safra já foi colhida; 
  • Arroz: 86% da safra já foi colhida.

O boletim não traz informações sobre o percentual colhido de trigo, mas há um comparativo entre o preço praticado pelo grão este ano e no mesmo período do ano passado. Houve redução de cerca de R$ 5 no saco de 60 kg.

Projeção diminui, mas preço não aumenta?

O economista consultado pelo Terra explica que, no caso da soja, houve queda nas projeções para a safra de 2024, com cerca de 3 milhões de toneladas a menos do que estava previsto no início do ano. Ainda assim, o número seria muito superior ao colhido no ano passado.

"Estão prevendo uma redução de 23 milhões para 20 milhões. No entanto, na safra gaúcha do ano passado, a gente teve uma quebra, que ficou ali em torno de 12 milhões de toneladas. Então, mesmo com as enchentes, a gente vai ter uma alta em torno de uns 80% e vai para 20 milhões de toneladas", explica.

Ele complementa que o preço da soja, assim como as outras commodities, é regulado, principalmente, pelo mercado internacional. Neste âmbito, a produção está superior à demanda.

"Ou seja, também não vai faltar soja no mercado", diz.

Sobre o trigo, Hermann explica que a safra de 2023 foi muito impactada pelas chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul naquele ano - o Estado sofreu com três fortes chuvas de junho a novembro. Segundo ele, houve queda não só na quantidade, como na qualidade do trigo colhido, o que fez com que houvesse grande variação nos preços das sacas.

"A safra gaúcha acabou tendo quatro tipos de trigo diferentes. Então, o preço de uma saca de trigo era R$ 80,00 por exemplo e a outra não era nem R$ 40,00 por causa dessa qualidade. Boa parte da safra de trigo gaúcha virou ração animal que não era própria para consumo por causa dessa umidade decorrente das chuvas do ano passado ainda", acrescenta.

E o preço do arroz?

Com 86% da safra de arroz já colhida este ano, Hermann se mostra menos preocupado com desabastecimento ou com aumento no preço do insumo. Para ele, o que pode dificultar a vida do agricultor é o anúncio de subsídio feito pelo governo federal para importar arroz e segurar os preços.

O governo quer manter a venda do saco de 5 kg de arroz em R$ 20,00 - o que dá R$ 4,00 por kg.

"Isso é abaixo do que está sendo negociado no mercado, então o que pode vir a acontecer é desestimular a produção interna do próximo ano", afirma o economista. 

Hermann acredita que a reconstrução do Rio Grande do Sul também deverá passar por uma ajuda do governo federal aos agricultores. Ele cita que já é estimado prejuízo de R$ 1,8 bilhão na agricultura, considerando maquinário, plantações perdidas e silos rompidos, etc.

"Os agricultores vão precisar de incentivos, principalmente do governo federal, para a produção e não só para a produção, mas para reabilitar o campo", considera.

Ele cita a liberação de crédito e a diminuição de juros como uma boa opção de estímulo para os produtores da área.

Fonte: Redação Terra
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