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Não haverá cortes em abono e seguro-desemprego, diz ministro do Trabalho: 'A não ser que me demitam'

Luiz Marinho diz que nunca foi consultado por outros integrantes do governo sobre a agenda de revisão de gastos, tema em que o governo Lula vem sendo pressionado pelo mercado financeiro

30 out 2024 - 16h31
(atualizado às 16h37)
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O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, durante entrevista
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, durante entrevista
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

BRASÍLIA - O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nesta quarta-feira, 30, que nunca foi consultado por outros integrantes do governo sobre a agenda de revisão de gastos, tema em que o governo Lula vem sendo pressionado pelo mercado financeiro, a ponto de o dólar ter saltado a R$ 5,77 às 12h23 desta quarta-feira, 30. Segundo ele, não existe debate no Executivo sobre cortar recursos de benefícios como seguro-desemprego e abono salarial.

"Se nunca discutiu comigo, essas medidas não existem. Se eu sou responsável pelo tema trabalho e emprego (esse debate não existe), a não ser que o governo me demita", disse Marinho.

Questionado se poderia pedir demissão caso as medidas avancem, o ministro respondeu que "se eu for agredido, é possível". "Uma decisão sem minha participação, em um tema meu, é uma agressão. E não me consta que nenhum ministro de Estado tenha discutido esse assunto (de corte de gastos)", emendou.

Marinho afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem repetido que recursos orçamentários serão buscados onde "eles existem, e não no pelo, nas costas, no lombo do trabalhador". Segundo ele, o debate sobre corte de gastos nos benefícios está circunscrito entre técnicos. "Esse debate não existe no governo. Se existisse, o presidente Lula teria falado 'Marinho, pega leve aí. Existe esforço, estudo, técnicos tentando adivinhar, olhando", completou.

Ele disse ainda que seguro-desemprego e abono salarial não podem ser considerados "gastos". "O que é gasto? Coisa desnecessária, se tiver coisa desnecessária tem que cortar", avaliou. O ministro reforçou que o combate às fraudes em políticas públicas é obrigação de qualquer gestor.

Estadão
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