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Não se pode desmontar política social para cumprir teto de gastos, diz Lula na COP-27

Na conferência ambiental realizada no Egito, presidente eleito voltou a defender a necessidade de metas de crescimento, para além de metas fiscais

17 nov 2022 - 08h10
(atualizado às 08h49)
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Lula na COP 27 em Sharm el-Sheik, no Egito
Lula na COP 27 em Sharm el-Sheik, no Egito
Foto: Reuters

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta manhã o cumprimento do teto de gastos em detrimento da destinação de recursos para a área social. Ele participou de evento promovido na 27ª Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP27) pelo Brazil Climate Action Hub, iniciativa de articulação da sociedade civil. A COP 27 ocorre em Sharm El-Sheikh, no Egito.

"Se não resolvermos problemas sociais, não vale a pena recuperar esse País. Não adianta só pensar em responsabilidade fiscal, temos de pensar em responsabilidade social", afirmou. "Para cumprir teto fiscal, geralmente é preciso desmontar políticas sociais e não se mexe com o mercado financeiro. Mas o dólar não aumenta ou a bolsa cai por causa das pessoas sérias, e sim dos especuladores."

Lula concordou que é preciso ter meta de inflação, mas também de crescimento. "Temos de ter algum compromisso com a geração de renda, com aumentar o salário mínimo acima da inflação. Quero provar que é possível acabar com a fome outra vez, gerar empregos.".

Na área de educação, Lula informou que pretende aumentar o número de estudantes em escolas técnicas e recuperar o ministério da Cultura, colocado em segundo plano pela atual gestão. "Governo tem de criar oportunidades (de crescimento das pessoas) e deixar que cada um siga o seu caminho."

Nesta quarta-feira, 16, o vice-presidente eleito e coordenador da transição, Geraldo Alckmin (PSB), entregou ao Congresso, após semanas de negociação, o texto com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. Esse mecanismo prevê a retirada por tempo indeterminado do Auxílio Brasil do teto de gastos.

*O repórter Emilio Sant'Anna viajou a convite do Instituto Clima e Sociedade

Estadão
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