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Negociações entre Boeing e Embraer para criação de 3ª empresa caminham bem, diz Jungmann

22 fev 2018 - 16h41
(atualizado às 16h53)
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A Boeing compreendeu a posição do governo brasileiro de não permitir a venda do controle da Embraer para a gigante norte-americana e as negociações entre as duas companhias visando a criação de uma terceira empresa caminham bem, disse nesta quinta-feira o ministro da Defesa, Raul Jungmann.

Logo da companhia brasileira Embraer em fábrica em São José dos Campos
07/02/2018
REUTERS/Paulo Whitaker
Logo da companhia brasileira Embraer em fábrica em São José dos Campos 07/02/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

O governo brasileiro detém na Embraer, uma ex-estatal, uma golden share, ação que lhe dá poder de veto em decisões estratégicas da fabricante de aeronaves, que também é uma importante fornecedora das Forças Armadas brasileiras.

"As negociações estão indo bem. Houve um entendimento de que nós não venderíamos a Embraer e isso foi aceito pela Boeing. Então as negociações têm caminhado e há avanços no caminho da constituição de uma terceira empresa", disse Jungmann a jornalistas após almoço com o presidente Michel Temer e comandantes militares.

No início deste mês, representantes da Boeing e da Embraer disseram que as companhias ainda negociavam uma possível aliança, mas que pontos importantes ainda precisavam ser definidos.

Também no início do mês, a Reuters informou que a Boeing estava agora buscando aprovação em Brasília para um plano para criar uma nova empresa englobando as operações de jatos executivos e comerciais da Embraer, incluindo os E-Jets de 70 a 130 lugares.

Já na última quarta-feira, o presidente da Boeing disse ver um "excelente encaixe estratégico" em uma possível aquisição da Embraer, mas que o negócio não era essencial para a empresa norte-americana.

As ações da Embraer exibiam alta de 0,7 por cento às 14:41, enquanto o Ibovespa tinha valorização de 1 por cento.

BASE DE ALCÂNTARA

Jungmann também disse na entrevista que algumas empresas visitaram a base de lançamento de foguetes de Alcântara, no Maranhão, e manifestaram interesse, entre elas a própria Boeing, a SpaceX, do bilionário fundador da montadora de veículos elétricos Tesla, Elon Musk, e a também norte-americana Lockheed Martin .

Jungmann estimou ser possível fazer a instalação de cinco plataformas de lançamento em Alcântara e que países como China, França, Estados Unidos, Rússia e Israel também manifestaram interesse.

"A nossa visão é que até cinco países podem participar. Aí tem interesse da China, França, Rússia, Israel, EUA e do próprio Brasil. Esteve aqui uma missão coordenada pela Donna Hrinak, que foi embaixadora dos Estados Unidos no Brasil e hoje é vice-presidente para América Latina da Boeing, com um conjunto de investidores particulares que foram até Alcântara e ficaram muito bem impressionados", disse o ministro a jornalistas.

"Dentre eles, além da Lockheed e da Boeing estava sim a SpaceX. Acho que é um manifestação de interesse, mas não posso dizer se vai se efetivar."

Procurada, a Boeing afirmou em comunicado que "parcerias internacionais vão desempenhar um papel importante" no desenvolvimento de novas naves espaciais e tecnologias inovadoras que permitam a vida de humanos em órbita no espaço profundo. "Estamos ansiosos pela participação do Brasil." Já a SpaceX não respondeu a pedido de comentário.

Ao falar sobre a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, Jungmann defendeu uma velocidade maior na liberação de recursos para o Estado, mas também disse que, se mais dinheiro for necessário para a segurança fluminense, o presidente Michel Temer tem compromisso com isso.

O ministro disse ainda que o general Walter Braga Netto, nomeado por Temer interventor federal na segurança do Rio, deverá apresentar nas próximas semanas um diagnóstico sobre a situação no Estado.

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