Negócio com a Dasa dá condições de elevar a ocupação de hospitais, diz CEO da Amil
Ímpar, nome da nova empresa, será composta por 14 hospitais da Dasa e 11 hospitais da rede Américas, da Amil; cada empresa detém 50% da nova companhia
A combinação de negócios de hospitais entre a Dasa e Amil deve ajudar a elevar a ocupação da rede e melhorar os resultados das operações, avaliam os executivos. A fusão, anunciada na manhã de hoje, cria a maior rede independente do setor, com 25 hospitais, 4,4 mil leitos e receita combinada de cerca de R$ 10 bilhões.
"Temos hoje um índice de ocupação de 70% na rede Américas e a combinação dos nossos ativos nos dá capacidade de elevar esse indicador", afirmou o CEO da Amil, Renato Manso, em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast. Na Dasa, a ocupação está hoje em 80%.
A Ímpar Serviços Hospitalares, como se chamará a nova empresa, será composta por 14 hospitais da Dasa e 11 hospitais da rede Américas, da Amil. Cada empresa detém 50% da nova companhia.
"Essa nova plataforma nasce como a maior redes de hospitais independentes do Brasil, o que significa uma enorme capacidade de geração de receita", disse Lício Cintra, CEO da Dasa.
Três hospitais da Dasa que ficam na região Nordeste estão fora do acordo - o Hospital São Domingos, no Maranhão, o Hospital Bahia e a rede AMO, que tem operações em Sergipe, Bahia e Rio Grande do Norte. Estes ativos serão os próximos a serem vendidos e as conversas com potenciais compradores já começaram. "Com esses ativos a Dasa tem capacidade de geração de caixa", afirmou Cintra.
A Dasa transfere R$ 3,8 bilhões em dívidas para a nova empresa, enquanto a Amil entra apenas com os hospitais - que são independentes e é aí que entra a força financeira da Ímpar, conforme antecipou o Estadão/Broadcast.
A receita líquida combinada dos ativos que agora estão sob o guarda-chuva da Ímpar, somou de R$ 9,9 bilhões com Ebitda de R$ 777 milhões, no ano passado - "muito aquém da média de mercado", disse Cintra.
Cada um dos sócios terá três assentos no conselho de administração da Ímpar e Lício Cintra vai acumular o comando da Dasa com o cargo de CEO da nova empresa. Segundo ele, a definição de seu substituto à frente da Dasa começa a partir da segunda-feira. "Temos bons nomes dentro da casa", antecipou o executivo.
Segundo Cintra, a combinação de negócios com a Amil é importante para ampliar a competitividade da vertical hospitalar da Dasa. "Apesar de ter bons ativos, a plataforma hospitalar carece de capilaridade para ter a mesma maturidade e competitividade do que a aérea de diagnósticos."
A expectativa é que a operação ajude a aumentar a ocupação dos hospitais e reduzir custos. "Traz ainda a tranquilidade para olhar o longo prazo e não só mais o curtíssimo", complementou o CEO da Dasa.
Segundo o CFO da companhia, André Covre, a rede terá um tamanho relevante, com ativos de primeira linha. A operação estará focada no Sudeste, com destaque para o eixo Rio-São Paulo, e Distrito Federal, mas com "relevância nacional".
