PUBLICIDADE

Nenhum país da América Latina dispõe de um banco de fomento da magnitude do BNDES; leia o artigo

O radicalismo político vigente impede a visibilidade das realizações estruturantes

27 dez 2022 - 04h10
Compartilhar
Exibir comentários

O desastroso radicalismo político vigente impede a visibilidade das realizações estruturantes. O BNDES é um caso típico.

Ele representa o lado crítico do desenvolvimento: oferta de crédito para o financiamento da produção industrial e dos serviços. Mesmo assim, trata-se de um processo de escolhas.

A atual gestão do banco optou por adequar as prioridades dos investimentos, colocando-as em linha com investimentos contracíclicos e buscando financiar as heroicas Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs).

Prédio do BNDES, na região central do Rio de Janeiro
Prédio do BNDES, na região central do Rio de Janeiro
Foto: Pedro Kirilos/Estadão / Estadão

A operacionalidade dessa mudança de rumo no financiamento do desenvolvimento concentra-se na área de mercado de capitais do banco, liderada pelo administrador Bruno Laskowsky.

O primeiro passo foi a reciclagem de parte da carteira da BNDESPar. Obtiveram-se R$ 80 bilhões pela venda de ações de empresas maduras e competitivas. Esses recursos foram redirecionados e somados a outros oriundos de fundos de private equity, Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), fundos de investimentos em infraestrutura, energia, saneamento, inovação, projetos de preservação do bioma e crédito de carbono e crédito às MPMEs. De sorte que ocorreu o adensamento na oferta de crédito que possibilitou o aumento de investimentos.

Todas essas iniciativas visam a reverter o processo de desindustrialização e gerar crescimento econômico inclusivo de qualidade que cause impacto social.

Há um fundo formado com recursos do BNDES e do Sebrae. Cada um aportará R$ 500 milhões, assegurando crédito às operações com o Microempreendedor Individual (MEI) e as MPMEs contratadas por agentes financeiros credenciados no fundo. Esse montante representará garantias para até R$ 12 bilhões.

Ademais, dar-se-á forte impulso aos investimentos em projetos de infraestrutura de forma compartilhada. O BNDES selecionou cinco fundos de investimentos privados, sendo três private equity e dois de crédito. Em cada um, o banco aportará R$ 500 milhões, totalizando R$ 2,5 bilhões. Realizará esforços para obter mais R$ 5 bilhões no mercado de capitais, perfazendo R$ 7,5 bilhões.

O Canal MPME (digital) possibilita solicitações de financiamento diretamente das instituições financeiras credenciadas pelo BNDES. Trata-se de um sistema integrado com diversos agentes financeiros para o processamento automático de solicitações de financiamento dos setores agrícola, capital de giro, investimentos e muitos outros serviços, viabilizando a sustentabilidade da produção e do emprego.

Essa conjunção de linhas de crédito no BNDES faz com que ele movimente 20%, aproximadamente, do total de crédito no País. Nenhuma outra nação da América Latina dispõe de um banco de fomento dessa magnitude e competitivo em prol do desenvolvimento inclusivo e sustentável./Professor de Economia da EAESP-FGV, é autor do livro 'OK, Roberto. Você Venceu! O Pensamento Econômico de Roberto Campos' (Editora Topbooks)

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Seu Terra












Publicidade