'No setor, somos a única empresa de tecnologia, não somos banco'
David Vélez, fundador e presidente do Nubank, não vê sua empresa como banco, nem ele como banqueiro
O colombiano David Vélez, de 37 anos, se recusa a chamar sua empresa de banco e, ainda mais, a si próprio de banqueiro. "Prefiro (ser conhecido como) empreendedor", diz. "Nós somos a única empresa de tecnologia (no setor), não somos banco." Apesar de, oficialmente, não ser um banco, o Nubank caminha para essa direção, acrescentando produtos a seu portfólio. A empresa também tem avançado geograficamente e está montando operações na Argentina e no México.
Formado em Engenharia na Universidade de Stanford, Vélez passou pelas gestoras de private equity (que compram participações em empresas) General Atlantic e Sequoia, além dos bancos Goldman Sachs e Morgan Stanley, antes de abrir seu próprio "banco". Quando estava na Sequoia, teve contato com várias empresas de tecnologia e, para ele, ficou claro que essas companhias estavam criando oportunidades e resolvendo problemas. Pensou em tentar algo inovador nos setores de saúde e educação. Ficou com o financeiro por entender que as maiores empresas do País estão nele e, portanto, poderia causar um impacto maior.
Vélez admite que não deve haver espaço para todos os bancos digitais que estão surgindo, mas afirma que "haverá para vários". "O ganhador será aquele que tenha a melhor cultura, focada no cliente, e a capacidade de executar, que depende de tecnologia."
Questionado sobre a necessidade de o banco ser uma empresa lucrativa para se consolidar - até hoje, o Nubank nunca deu lucro -, Vélez afirma que o caixa operacional já é positivo. "Mas seria perda de oportunidade começar a rentabilizar agora, quando ainda há oportunidades para se investir."
