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Nova política de preços da Petrobras completa 1 ano com efeito reduzido em combustíveis

Nos últimos 12 meses, estatal cobrou o litro da gasolina, em média, 6% abaixo da cotação do mercado internacional, valor considerado 'tímido'

17 mai 2024 - 03h10
(atualizado às 07h29)
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Petrobras tem mantido preço dos combustíveis abaixo da média internacional
Petrobras tem mantido preço dos combustíveis abaixo da média internacional
Foto: PEDRO KIRILOS / ESTADÃO / Estadão

RIO - O fim da política de paridade de importação (PPI) na Petrobras completa um ano nesta sexta-feira, 17, e a avaliação é que houve uma redução no preço dos combustíveis, porém tímida. O destaque foi o gás de cozinha, vendido, em média, 10% abaixo da cotação do mercado internacional, segundo levantamento do Observatório Social do Petróleo (OSP), ligado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

A gasolina e o diesel tiveram reduções menores, em torno dos 5%. Nesses últimos 12 meses, a estatal cobrou o litro da gasolina, em média, 6% abaixo da cotação do mercado internacional, e o diesel S-10 se manteve 7% menor do que a paridade de importação.

O PPI foi adotado pela Petrobras em outubro de 2016, vigorando por seis anos e meio. Essa medida foi responsável pelos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha mais altos da história do Brasil em 2022. Em maio, a estatal decretou o fim do PPI e anunciou uma nova estratégia comercial, que leva em conta o preço mínimo que a Petrobras considera vender e o preço máximo que o cliente se dispõe a pagar.

No último ano em que essa política de preços (PPI) esteve em vigor, o botijão de 13 quilos de gás de cozinha nas refinarias da estatal custava 23% acima do PPI, informou o Observatório.

O levantamento, com base nos dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostra que a Petrobras cobrava R$ 9,68 mais caro pelo botijão quando utilizava o PPI para calcular os preços dos combustíveis. Com o fim dessa referência, o GLP passou a ser comercializado R$ 3,68 mais barato do que a paridade de importação.

Quando a gestão da Petrobras implementou uma nova estratégia de preços, em 17 de maio do ano passado, eliminou o PPI do cálculo da gasolina e do diesel, mas manteve a referência para o gás de cozinha.

"Inicialmente, o preço do GLP continuou sendo guiado pelas cotações de importação, mas houve uma inversão dessa prática no final de julho e, a partir daí, o preço vem sendo mantido abaixo do PPI", explicou o economista do OSP e do Instituto Brasileiros de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), Eric Gil Dantas.

Gasolina e diesel

No último ano em que o PPI esteve em vigor — de 17 de maio de 2022 a 16 de maio do ano passado —, a gasolina era comercializada a 2,5%, em média, abaixo da paridade de importação, enquanto o diesel custava cerca de 0,4% a menos.

O observatório comparou os dois períodos e constatou que, na vigência do PPI, a gasolina da estatal custava cerca de R$ 0,08 abaixo da referência internacional, valor que caiu para R$ 0,19 após a extinção da política de paridade de importação.

O preço do diesel, durante a vigência do PPI, era apenas R$ 0,03 menor do que a referência internacional. A diferença saltou para R$ 0,26 após a eliminação dessa fórmula de preços.

"O levantamento demonstra que nossa exigência pelo fim do PPI era justa e correta. Com o fim desta política, houve redução concreta dos preços. Mas também revela que o abrasileiramento dos preços ainda não é realidade. A queda é muito tímida", disse Dantas.

Segundo o secretário-geral da FNP, Adaedson Costa, a futura presidente da Petrobras, Magda Chambriard, tem condição de nacionalizar de fato os preços, seja acelerando e ampliando a capacidade de refino no País, seja alterando a atual política de remuneração aos acionistas privados, marcada por dividendos recordes.

Estadão
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