Número de endividados cai, mas inadimplência cresce no País
O percentual de famílias endividadas no País ficou em 58,7% em maio deste ano, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada hoje (24) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A taxa é menor do que as de abril deste ano (59,6%) e de maio do ano passado (62,4%). É também o resultado mais baixo desde fevereiro de 2015 (57,8%).
Por outro lado, a inadimplência cresceu em maio deste ano, já que o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso passou de 23,2% em abril deste ano para 23,7% neste mês. A taxa de maio deste ano também é superior àquela observada em maio de 2015 (21,1%).
O percentual de famílias que não terão condições de pagar suas contas também cresceu e chegou a 9% em maio deste ano. Em abril, a taxa havia ficado em 8,2% e, em maio do ano passado, em 7,4%.
As famílias que se consideram muito endividadas chegaram a 14,9% do total de pessoas com dívidas no País, maior percentual desde dezembro de 2011 (15,4%). A média do tempo com pagamento em atraso ficou em 62,6 dias.
Jovens
Cerca de 9,4 milhões de jovens com idade entre 18 e 25 anos entraram para a lista de devedores no último mês de março, o que representa 15,7% do total de 60 milhões de inadimplentes do País, segundo estudo da Serasa Experian. Essa é a maior parcela já registrada entre os jovens desde 2012. Eles já ocupam o segundo lugar no ranking de devedores, seguindo a classificação por faixa etária..
Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa mostra que esses jovens têm sido afetados pelo desemprego. No primeiro trimestre do ano, a taxa na população de 18 a 24 anos atingiu 24,1%, com uma alta de 6,5 pontos percentuais em comparação a igual período de 2015.
A maior proporção de inadimplentes (19,1%) está na faixa etária entre 41 e 50 anos, porém, está crescendo mais entre os jovens os casos de dívidas não quitadas no prazo.
Para os economistas da Serasa Experian, além do desemprego, a dificuldade em honrar os compromissos ocorre por causa da alta da inflação e dos juros. Eles acrescentam que “a falta de experiência dos jovens no crédito e a maneira mais impulsiva na hora de fazer compras também contribuem para esse resultado”. A saída defendida pelos economistas é a renegociação.
Entre 2012 e 2016, o número de inadimplentes cresceu de 50,2 milhões para 60 milhões. Economistas dizem que, por meio do Limpa Nome Online da Serasa , a negociação pode ser feita pela internet, diretamente com o credor, com toda comodidade e segurança.