Script = https://s1.trrsf.com/update-1731009289/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

O que ameaça a saída da recessão no Brasil, segundo a OCDE

Em relatório divulgado nesta quarta, organização diz que 'eventos políticos' ameaçam retomada e que reforma da Previdência é 'crucial' para ajustar economia.

7 jun 2017 - 05h50
(atualizado às 08h42)
Compartilhar
Exibir comentários
Sessão da comissão especial para votar os destaques da reforma da Previdência Social.
Sessão da comissão especial para votar os destaques da reforma da Previdência Social.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

As incertezas políticas ligadas às recentes alegações de corrupção no Brasil podem representar "riscos significativos" para o crescimento econômico do país, afirma a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em um relatório sobre perspectivas para a economia mundial divulgado nesta quarta-feira.

Segundo a OCDE, com sede em Paris, a economia brasileira "está finalmente emergindo de uma severa e prolongada recessão", mas que "eventos políticos podem levar ao ressurgimento de incertezas, reverter a recente recuperação da confiança e lançar dúvidas na implementação de reformas estruturais, que são a base da retomada projetada".

A OCDE diz que a reforma da Previdência é "crucial" para cumprir a nova lei do teto dos gastos públicos e ajudar o país a ter êxito nos ajustes fiscais.

Por isso, a organização vê a implementação da reforma - e sua aprovação sem eventuais emendas que pudessem comprometer as esperadas melhorias para garantir a sustentabilidade da Previdência Social - "como um teste decisivo para a habilidade das autoridades de implementar reformas estruturais".

Reformas são 'cruciais'

A OCDE prevê que a economia brasileira deverá crescer 0,7% neste ano, segundo o estudo Perspectivas Econômicas, realizado semestralmente.

A entidade projeta, no documento divulgado nesta quarta-feira, que o crescimento econômico no Brasil "deve aumentar gradualmente" neste ano.

A previsão da organização é mais positiva do que as realizadas nos últimos meses. Em um relatório intermediário em março, a OCDE havia estimado taxa de crescimento zero do PIB brasileiro em 2017, após uma retração de 3,6% no ano passado.

O estudo anterior sobre perspectivas econômicas, de novembro, também previa que a economia ficaria estagnada neste ano.

"Após oito trimestres de queda da produção, os sinais de uma retomada contínua estão agora se tornando mais firmes" no Brasil, diz a OCDE no novo relatório, citando aumento nos indicadores de confiança, "apesar de ainda continuarem baixos", e nas vendas do varejo.

Ao mesmo tempo, a organização prevê que os investimentos privados no país continuarão limitados em razão do alto endividamento de empresas locais.

A organização também alerta que riscos para a retomada econômica no Brasil podem vir do setor empresarial.

A prolongada recessão, diz o estudo, se reflete no aumento de falências em razão de dívidas elevadas, o que poderia, por sua vez, enfraquecer segmentos do setor financeiro.

O desemprego, acrescenta a organização, deve continuar subindo no Brasil até meados deste ano, antes de começar a cair com o reforço do crescimento no próximo ano.

Em 2018, a OCDE prevê um cenário econômico melhor do que o deste ano no Brasil, com crescimento de 1,6% do PIB, levemente acima do aumento de 1,5% que havia sido projetado em março.

O relatório afirma ainda que "medidas mais efetivas para prevenir a corrupção, sobretudo em contratos públicos, são necessárias para melhorar a governança e prevenir futuros desvios de fundos públicos".

Isso deve incluir, acrescenta o documento, uma completa avaliação das leis sobre contratos públicos, inclusive das regras sobre conflitos de interesses.

Adesão brasileira

Na semana passada, o Brasil pediu oficialmente adesão à OCDE, que reúne 35 países, a maioria economias ricas.

Caso a candidatura do Brasil seja aceita, a organização irá definir o que o Brasil precisa mudar em sua legislação para se adaptar às regras e padrões da OCDE.

A entidade inicia nesta quarta-feira sua reunião anual ministerial, que terá a presença do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

A organização também vê sinais de melhora na retomada da economia mundial neste ano - apesar do crescimento ainda permanecer "modesto" - principalmente graças a incrementos no comércio, em investimentos e nos resultados de vários grandes produtores de commodities.

A estimativa é de expansão de 3,5% do PIB global em 2017, após crescimento de 3% no ano passado.

Para 2018, a OCDE projeta aumento de 3,6% do PIB mundial.

Veja também

Usina Hidrelétrica de Itaipu irá escoar mais de 19 mil metros cúbicas de água por segundo:
BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Seu Terra












Publicidade