O que é IPCA? Descubra isso e qual sua importância
O IPCA também é conhecido como inflação oficial e tem importância para diversas áreas da economia.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é um indicador de preços que serve para medir o quanto os preços de determinados produtos e serviços variaram ao longo do tempo, favorecendo a tomada de decisões econômicas pela população.
Quando o assunto é economia brasileira, um dos índices mais importantes é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Esse índice também é conhecido como inflação oficial e tem impacto direto no dia a dia das pessoas.
Todo mês, é divulgado um novo número relacionado ao IPCA, assim como acontece com outros índices, como o INPC. Uma série de entidades da economia utilizam o índice como parâmetro para realizarem análises e tomarem decisões, como o Copom (Comitê de Política Monetária), o CMN (Conselho Monetário Nacional) e o BACEN (Banco Central).
O que é IPCA?
O IPCA, sigla para Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é um indicador de preços que serve para medir o quanto os preços de determinados produtos e serviços variaram ao longo do tempo. O objetivo é verificar se os valores subiram ou diminuíram, ou seja, para verificar se houve inflação (aumento) ou deflação (queda) dos preços.
Quem realiza o cálculo do IPCA é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que todos os meses divulga a variação percentual da inflação oficial do país. O instituto realiza a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e, a partir dela, verifica o que as famílias consumiram no mês e o quanto gastaram em cada item das compras.
O IPCA avalia os gastos de famílias do Brasil inteiro, que têm renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos, o que faz com que o índice indique preços para 90% das famílias que estão em áreas urbanas. No caso do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), são observados os custos apenas de famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos.
Como o IPCA é calculado?
O IPCA é calculado pelo IBGE desde os anos 1980 a partir de uma pesquisa feita todo o mês, em cerca de 30 mil locais como comércios e estabelecimentos de prestação de serviços. São coletados pelo instituto mais de 400 mil preços, em 13 áreas metropolitanas brasileiras. Cada uma delas conta com pesos diferentes para a formação do índice.
Confira quais são as cidades e regiões metropolitanas consideradas no IPCA e o percentual de cada área na composição do número final do índice:
- Aracaju, em Sergipe (peso 1%);
- Belém, no Pará (3,9%);
- Belo Horizonte, em Minas Gerais (9,7%);
- Campo Grande, no Mato Grosso do Sul (1,6%);
- Curitiba, no Paraná (8,1%);
- Distrito Federal (4,06%);
- Fortaleza, no Ceará (3,2%);
- Goiânia, em Goiás (4,2%);
- Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (8,6%);
- Recife, em Pernambuco (3,9%);
- Rio Branco, no Acre (0,5%;
- Rio de Janeiro, no estado do Rio (9,4%);
- Salvador, na Bahia (6%);
- São Paulo, no estado de São Paulo (32,3%);
- São Luís, no Maranhão (1,6%);
- Vitória, no Espírito Santo (1,9%).
O IBGE realiza o levantamento dos preços por meio de técnicos especializados do instituto e, também, robôs virtuais para a análise de valores na internet. A pesquisa ocorre entre o dia 1 e o dia 30 de cada mês analisado.
Os valores, após coletados, são comparados com os preços do levantamento do mês anterior e a variação entre um valor e outro indica se houve aumento ou redução dos preços dos produtos e serviços adquiridos pelas famílias. O IBGE coleta os preços de cerca de 377 itens mensalmente.
Como o IPCA é dividido entre diferentes grupos?
Para o cálculo do IPCA, são considerados os preços de centenas de itens, divididos pelo IBGE em diferentes grupos. Cada grupo tem um peso diferente no orçamento das famílias analisadas durante o levantamento do índice e a divisão estabelecida pelo instituto obedece à seguinte ordem:
- Itens que fazem parte do grupo de transportes têm peso de 20,6% no cálculo do IPCA;
- Alimentação e bebidas é um grupo com peso de 19,3% no IPCA;
- Habitação corresponde a 15,6% do índice;
- Saúde e cuidados pessoais ocupa 13,5% do IPCA;
- Despesas pessoais respondem por 10,7%;
- Educação tem 6,1% de peso no IPAC;
- Comunicação tem 5,7%;
- Vestuário tem peso 4,6%;
- Artigos de residência possuem 3,8% de peso no IPCA.
De tempos em tempos, o IBGE revisa a lista de itens para incluir ou excluir determinados gastos. É o caso, por exemplo, de serviços como streaming, que passaram a ser considerados no cálculo do IPCA a partir de janeiro de 2020.
Por que o IPCA é importante?
O IPCA é importante para a economia brasileira em uma série de setores. No caso de órgãos governamentais, o índice é usado, por exemplo, como referência de inflação oficial, o que é considerado para a definição de metas de inflação realizada pelo Conselho Monetário Nacional.
Além disso, o IPCA também está relacionado à taxa Selic (sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), definida pelo Banco Central e usada para acelerar a economia, desestimular o consumo quando necessário, controlar a inflação e regular as taxas utilizadas pelas empresas que atuam no mercado financeiro.
O IPCA é considerado no cálculo de rendimentos financeiros, como no caso de alguns títulos do Tesouro Direto, em papéis bancários fornecidos por instituições como o CDB (Certificado de Depósito Bancário), e as debêntures, títulos que empresas emitem para arrecadar recursos. Esses investimentos visam dar retornos que consideram uma taxa de juros pré-estabelecida, somada à variação do IPCA.
O IPCA ajuda a população a verificar o aumento dos valores cobrados em produtos e serviços diversos e a perceber se o poder de compra aumentou ou diminuiu ao longo do tempo. Se, por exemplo, não houver aumento salarial acima da variação do IPCA, o poder de compra será menor (os preços terão valor mais alto, mas a capacidade de pagamento permanecerá igual).
Por fim, a partir do índice, órgãos públicos também podem realizar análises ou mesmo ter iniciativas que visem controlar a inflação ou baixar os preços, por exemplo.
Como acompanhar a variação do IPCA?
A variação do IPCA pode ser acompanhada todo mês pelo site do IBGE, que faz o cálculo e a divulgação do índice, bem como em sites de notícias que repercutem a divulgação. O instituto também informa, todos os meses, o chamado IPCA acumulado de 12 meses, que é o quanto os preços variaram no período até a data de divulgação.
O IPCA acumulado pode ser considerado em contratos de aluguel, para reajuste do valor pago por inquilinos, e também para aumento de salário.
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