O trabalhador quer semana de quatro dias, diz estudo
O objetivo é ter mais flexibilidade e qualidade de vida, aponta pesquisa
A pandemia trouxe mudanças de mentalidade em diversos setores. No mundo do trabalho, com todo o alvoroço feito em cima do home office e do trabalho híbrido, a mudança mais visível é que o trabalhador quer mais flexibilidade na vida profissional. E isso passa por diminuir o número de dias dedicados ao trabalho. E, para isso, ele está disposto a fazer concessões.
Essas são algumas das constatações obtidas pelo ADP Research Institute na edição mais recente da pesquisa People at Work 2022: A Global Workforce View.
O levantamento ouviu 33 mil trabalhadores em 17 países e revela que 71% gostariam de ter mais flexibilidade na estrutura de seu tempo de trabalho, por exemplo, comprimindo horas em menos dias e dias mais longos. No Brasil, 70% apoiam a iniciativa.
O salário é obviamente o fator mais importante, porém, 48% dos entrevistados estariam dispostos a ganhar menos para ter mais flexibilidade ou controle sobre a vida profissional ― desde que isso melhorasse seu equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Um em cada três (31%) aceitaria um corte salarial para garantir flexibilidade na estruturação de suas horas, mesmo que isso significasse que o total de horas trabalhadas não mudaria.
As mudanças vieram para ficar
Não há dúvida de que as mudanças possuem um caráter definitivo em alguns aspectos, mas isso pode ser uma boa oportunidade tanto para o empregado quanto para o empregador ganharem com isso.
“Se avaliarmos que 71% dos trabalhadores ouvidos em todo o globo consideraram fazer uma grande mudança de carreira no ano passado, os empregadores que estão abertos e preparados para esse movimento podem se beneficiar ao contratar e reter funcionários”, avalia Mariane Guerra, vice-presidente de RH para a América Latina da ADP, empresa de soluções de gerenciamento de folha de pagamento e gestão de capital humano.
A satisfação das equipes de trabalho precisa ser levada em conta mais do que nunca ― e olha que isso não é nenhuma novidade no mundo do trabalho.
“Os trabalhadores estão demonstrando forte demanda por alternativas inovadoras ao tradicional horário das 8 às 18 horas para se manter comprometidos com sua empresa. Que tal dar a eles mais flexibilidade e controle sobre a rotina?”, questiona a executiva.
“Pode haver um acordo sobre mudanças de salário e outras prioridades. Compreender isso pode ajudar os empregadores a gerenciar demandas em um momento em que atrair e reter funcionários qualificados e talentosos é uma das questões mais críticas para os negócios.”