OCDE reduz projeção de crescimento do País para 0,3% em 2014
Em análise anteior, de maio, organização estimava que a economia do Brasil cresceria 1,8% neste ano
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu suas expectativas de crescimento do Brasil neste e no próximo ano, também piorando as contas para as principais economias desenvolvidas nesta segunda-feira.
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Agora, a OCDE vê que a economia brasileira crescerá 0,3%, ante 1,8% que enxergava em maio. Para 2015, a expectativa é de expansão de 1,4%, contra 2,2% anteriormente.
"O Brasil caiu em recessão no primeiro semestre. O investimento tem sido particularmente fraco, minado pelas incertezas sobre a direção da política após as eleições e a necessidade de que a política monetária controle a inflação acima da meta", informou a OCDE no relatório.
"Uma recuperação moderada pode ser esperada conforme esses fatores se desenrolam, mas a projeção é que o crescimento permaneça abaixo do potencial em 2015", completou.
O Brasil entrou em recessão no primeiro semestre com forte retração nos investimentos e na indústria e a Copa do Mundo prejudicando a atividade econômica.
A OCDE também pediu estímulo muito mais agressivo do Banco Central Europeu (BCE) para conter o risco de deflação na zona do euro, ampliando a crescente pressão sobre a autoridade monetária para impulsionar o crescimento antes da reunião de ministros das Finanças e membros de bancos centrais do G20 nesta semana na Austrália.
A organização estimou expansão na zona do euro de apenas 0,8% neste ano, subindo para 1,1% em 2015. Isso marca forte redução em relação ao seu Cenário Econômico de maio para a região, quando projetou crescimento de 1,2% em 2014 e de 1,7% em 2015.
Em comparação, a OCDE vê a economia dos Estados Unidos crescendo 2,1% neste ano e acelerando para 3,1% em 2015. Em maio, a OCDE projetou expansão nos EUA de 2,6% em 2014 e 3,5% em 2015.
OS EUA devem pressionar os países europeus na reunião do G20 para acelerar medidas para aumentar a demanda e o crescimento econômico frente ao risco de deflação, de acordo com uma autoridade do Tesouro norte-americano na sexta-feira.
Risco de deflação
A OCDE informou que embora a inflação da zona do euro - que atingiu a mínima de cinco anos em agosto, de 0,4% - deve fortalecer conforme a demanda se recupera, níveis baixos perto de zero levantam o risco de deflação.
"Dado o cenário de baixo crescimento e o risco de que a demanda pode ser mais afetada, ou mesmo se tornar negativa, a OCDE recomenda mais suporte monetário para a zona do euro", disse a organização em comunicado que acompanha suas projeções.
"Ações recentes do BCE são bem-vindas, mas mais medidas, incluindo quantitative easing, são justificadas", completou.
Recentemente o BCE anunciou uma série de medidas num esforço para encorajar o empréstimo a empresas que precisam de crédito, mas até agora evitou o "quantitative easing" adotado pelos EUA e Japão, que consiste de enorme compra de títulos governamentais e de outros tipos para reduzir o custo de empréstimo.