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OCDE reduz projeção de crescimento do PIB do Brasil em 2021

Gargalos na oferta, baixo poder aquisitivo, taxas de juros mais altas e incertezas na política econômica desaceleraram ritmo da recuperação

1 dez 2021 - 11h35
(atualizado às 12h56)
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Consumidores fazem compras em rua comercial de São Paulo
21/12/2020
REUTERS/Amanda Perobelli
Consumidores fazem compras em rua comercial de São Paulo 21/12/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) diminuiu sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil este ano para 5,0%, ante os 5,2% estimados em setembro. Para 2022, a estimativa da instituição, que tem sede em Paris, é de avanço de 1,4% e, no ano seguinte, uma expansão de 2,1%.

De acordo com relatório 'Perspectivas Econômicas da OCDE', divulgado nesta quarta-feira (1°), o ritmo da campanha de vacinação acelerou e a atividade econômica, sustentada pelo consumo e por investimentos privados. A organização considerou que as exportações têm se beneficiado da recuperação global e de uma taxa de câmbio mais fraca. No entanto, os gargalos na oferta, um baixo poder aquisitivo, as taxas de juros mais altas e as incertezas de política econômica desaceleraram o ritmo da recuperação.

A instituição lembrou ainda que o mercado de trabalho tem se recuperado com um certo atraso e que o desemprego permanece acima dos níveis pré-pandemia. Além disso, salientou que a inflação subiu "significativamente" nos últimos meses, levando o Banco Central a aumentar a taxa de juros para 7,75% ao ano. "Projeta-se que o aperto contínuo da política monetária ao longo de 2022 contenha a dinâmica da inflação e mantenha ancoradas as expectativas de inflação", avaliou a entidade.

As reformas fiscais também podem desempenhar um papel importante na contenção das pressões inflacionárias, de acordo com a OCDE. Por isso, conforme o relatório, reforçar as regras fiscais aumentaria a confiança do mercado sobre o compromisso do governo de manter as finanças sustentáveis.

Para a OCDE, gargalos de suprimentos têm dificultado a recuperação da produção industrial, que permanece 3% abaixo dos níveis pré-pandemia. Além disso, a aceleração da inflação prejudica a recuperação do atacado, do varejo e dos serviços. "Um poder aquisitivo mais baixo e os juros mais altos interromperam a recuperação da confiança do consumidor e dos negócios, desacelerando o ritmo de recuperação da demanda doméstica."

Retomada desigual no mundo

A economia global segue em recuperação, mas a retomada ocorre de maneira desigual entre países e grupos sociais, na avaliação da OCDE.

A entidade cortou levemente a previsão para o crescimento do PIB mundial em 2021, de 5,7% a 5,6%, mas manteve a projeção para a expansão em 2022 em 4,5%. A instituição estima ainda que a atividade econômica do planeta crescerá 3,2% em 2023.

No caso dos Estados Unidos, a OCDE reduziu a estimativa de avanço este ano de 6% a 5,6%, enquanto a projeção para alta na zona do euro caiu 5,3% a 5,2%. A da China recuou de 8,5% a 8,1%.

Segundo a organização, a recuperação da crise provocada pela pandemia tem sido ameaçada por gargalos na cadeia produtiva, que causam pressões inflacionárias. A entidade prevê um salto da inflação mundial a 3,5% este ano, depois a 4,2% em 2022.

"Partes da economia global estão se recuperando rapidamente, mas outras correm o risco de ficar para trás, particularmente em países de baixa renda, onde as taxas de vacinação estão baixas, e empresas e funcionários em setores de contato intensivo onde a demanda ainda não se recuperou totalmente", explica.

Impacto da Ômicron

A economista-chefe da entidade, Laurence Boone, afirmou que a emergência da variante Ômicron do coronavírus adiciona incertezas ao cenário econômico global e pode agravar riscos como gargalos nas cadeias produtivas e inflação.

Ela exortou a comunidade internacional a acelerar os esforços de vacinação contra o coronavírus, sob o risco de persistirem os desequilíbrios econômicos que predominam no momento. E disse que os bancos centrais devem sinalizar que vão agir caso os problemas se tornem duradouros, mas ponderou que não cabe aos BCs lidar com as questões de oferta.

Laurence Boone acrescentou que, no relatório atual, a OCDE abandonou o uso da palavra "temporário" para caracterizar o atual choque inflacionário no mundo.

Questionada sobre o Brasil, ela pontuou que a inflação no País tem avançado por conta do quadro global, escalada dos preços de energia e questões do clima, e afirmou que o BC brasileiro agiu rapidamente para conter o movimento.

Estadão
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