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Operação Carne Fraca mobiliza 1.100 policiais federais

17 mar 2017 - 13h19
(atualizado às 17h37)
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O esquema de corrupção viabilizava a operação de frigoríficos em desacordo com as normas legais vigentes 
O esquema de corrupção viabilizava a operação de frigoríficos em desacordo com as normas legais vigentes
Foto: Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de hoje (17) a Operação Carne Fraca, que investiga o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. Alguns dos principais grupos do setor do País estão na mira da operação, como o BRF (que detem as marcas Sadia, Perdigão, Batavo e Elegê) e o JBS (Seara, Swift, Friboi e Vigor).

A Justiça Federal do Paraná determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão das empresas investigadas. Segundo a PF, a Carne Fraca é, em números, a maior operação já realizada pela corporação no País. Cerca de 1.100 policiais federais cumprem 309 mandados judiciais em sete estados - 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão nas casas e escritórios dos investigados e em empresas que fariam parte do esquema.

São Paulo

Em São Paulo, estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão; duas empresas e seis residências estão no alvo da operação, sendo uma em Santo André e cinco na capital; três mandados de prisão preventiva (um em Santo André e dois em São Paulo); seis mandados de condução coercitiva; e um mandado de prisão temporária.

Até agora, dois homens e uma mulher foram presos em São Paulo e levados à sede da Superintendência da Polícia Federal paulista, de onde devem ser encaminhados para Curitiba para depor sobre o esquema de fraude envolvendo o comércio de carne.

Paraná, Minas Gerais e Goiás

Em quase dois anos de investigação foi descoberto que as superintendências regionais do Mapa nos estados do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para proteger os grupos empresariais, em detrimento do interesse da coletividade.

De acordo com a apuração, os agentes públicos envolvidos no esquema se prevaleciam do poder fiscalizatório dos seus cargos e facilitavam a produção de alimentos adulterados, mediante pagamento de propina, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva. Uma das irregularidades detectadas foi a remoção de agentes públicos com desvio de finalidade para atender aos interesses dos grupos empresariais.

Assim, eram viabilizadas ações ilegais de frigoríficos e empresas do ramo alimentício, que operavam em total desrespeito à legislação vigente. As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba/PR e estão sendo cumpridas no Distrito Federal e em seis estados: São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goias.

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