Padilha: líderes estão dispostos a votar Carf e arcabouço fiscal na Câmara nesta sexta-feira
Deputados querem aceno concreto do governo com a entrega de ministérios ao Centrão para garantirem a votação de projetos de lei de interesse da Fazenda
BRASÍLIA - O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que os líderes partidários da Câmara comunicaram ao governo que há disposição para votar ainda nesta sexta-feira, 7, o projeto de lei que retoma o chamado "voto de qualidade" no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e as alterações do Senado no arcabouço fiscal.
"O relatório do Carf foi negociado durante toda a semana pelo Ministério da Fazenda e pelo Ministério da Secretaria de Relações Institucionais. Nós temos concordância geral com o conjunto do relatório. É muito importante para o governo e para o País que a Câmara possa concluir a votação de Carf hoje", disse o ministro, após uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e lideranças da Casa.
O projeto do Carf está travado por impasses políticos. Deputados querem um aceno concreto do governo Lula com a entrega de ministérios ao Centrão para garantirem a votação de projetos de lei de interesse do Ministério da Fazenda. Haddad também foi à Câmara nesta sexta para se reunir com Lira e os líderes.
Mais cedo, Padilha disse que o governo está aberto a discutir a entrada de outras forças políticas na Esplanada. Ele também confirmou uma conversa nesta sexta-feira, 7, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Lira. O petista, segundo Padilha, agradeceu ao presidente da Câmara pela aprovação da reforma tributária na noite de quinta.
A possibilidade de atrasar a votação do Carf preocupou integrantes da equipe econômica, já que o adiamento na apreciação do projeto de lei pode, inclusive, atrasar a votação na Câmara das mudanças feitas no arcabouço fiscal pelo Senado. Isso porque o PL tramita com urgência constitucional e passou a trancar a pauta da Câmara.
Ou seja, antes de analisar qualquer outra proposta, os deputados precisam votar o projeto, caso a urgência não seja retirada pelo governo. Com o adiamento na votação do arcabouço, haveria também atraso no cronograma de votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024.