Pai e filha brasileiros são presos em Portugal acusados de golpe milionário com aluguel de carros

Um homem de 50 anos e a filha, de 29 anos, ambos brasileiros, foram presos na zona do Porto, em Portugal, pela Polícia Judiciária, por suspeita de associação criminosa e burla qualificada (correspondente ao crime de estelionato no Código Penal Brasileiro). A informação foi confirmada pelo Terra.

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Cláudio Roberto Reis e Thalita Reis tinham mandados de detenção da Interpol, emitidos pelas autoridades judiciárias brasileiras no mês de março.

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Conforme a Polícia Judiciária, os crimes ocorreram entre março de 2019 e junho de 2022 em uma cidade do Estado de São Paulo. Através de um esquema de pirâmides financeiras, eles teriam causado um prejuízo avaliado em cerca de oito milhões de euros (cerca de R$ 44 milhões, na cotação atual).

De acordo com o blog Portugal Giro, do jornal O Globo, a dupla atuava em Hortolândia (SP), gerenciando a empresa RT&T – Rent a Car Locadora de Veículos.

A investigação aponta, segundo o jornal, que eles alugavam carros e cobravam uma quantia na entrega do veículo. O valor deveria ser devolvido aos clientes no fim do contrato, a não ser que alugassem outro carro, e isso não teria acontecido. As concessionárias onde eles sublocavam os carros também não teriam recebido. Após as vítimas apresentarem queixas, eles encerraram as atividades no Brasil e foram para Portugal.

Após serem presos, os dois passaram por audiência no Tribunal da Relação do Porto, que determinou que a filha ficasse presa preventivamente. O pai precisará se apresentar três vezes por semana à polícia.

Ao Portugal Giro, o advogado de defesa deles, Diego Bove, disse que a empresa enfrentou dificuldades financeiras durante a pandemia de covid-19 e que o valor apontado como total não corresponde à realidade. "Seria o somatório do valor dos veículos e do que as pessoas teriam de lucro. Os veículos já foram entregues aos proprietários", afirmou. 

Ainda conforme o advogado, pai e filha teriam recebido ameaças no Brasil. "A notícia da prisão deles em Portugal reativou intensamente as ameaças (...) Por isso vieram para Portugal (...) O escritório da empresa foi absolutamente destruído quando começaram a informar aos clientes que a empresa tinha quebrado. Muitos foram à sede para fazer justiça com as próprias mãos", disse.

Se forem condenados pelos crimes, o homem e a filha podem pegar até sete anos de detenção.