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País ainda não sentiu "coice externo" do vírus, diz Guedes

Guedes disse que quedas de bens exportados para grandes parceiros comerciais têm sido compensadas pelo aumento das exportações para a China.

20 abr 2020 - 20h09
(atualizado às 20h29)
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (20) que a corrente de comércio do país com o exterior ainda não sofreu o impacto da crise do coronavírus e que os "sinais vitais" da economia doméstica estão por ora preservados.

"Até o momento (o efeito sobre a corrente de comércio) foi zero. É verdade que perdemos em turismo, é verdade que perdemos em industrializados, mas a gente ganhou em exportações de agronegócio. Tem mineração, tem vários setores que estão expandindo as exportações", destacou o ministro.

Em videoconferência promovida pelo BTG Pactual, o titular da pasta econômica ressaltou que o país não sentiu, ainda, o "coice externo".

De acordo com ele, quedas de bens exportados para grandes parceiros comerciais, como Estados Unidos, Europa e Argentina, têm sido compensadas pelo aumento das exportações para a China.

"Quando começamos a acompanhar a dimensão da crise chinesa, não sabíamos que era uma pandemia. Acompanhamos a coisa como se fosse um problema de saúde chinês, que fosse atingir as cadeias produtivas integradas no mundo, mas que não fosse ter muito efeito sobre o Brasil, o que está se revelando uma hipótese razoável de trabalho", afirmou.

RECUPERAÇÃO DOMÉSTICA

Ao ser questionado sobre fatores que irão auxiliar em uma recuperação mais rápida da economia, o ministro disse "não querer vender sonhos", mas que os esforços devem estar alinhados mirando uma recuperação em "V".

"A tentativa tem que ser essa. Se nós tentarmos duramente, quem sabe a gente não saia em 'U'. Se a gente não fizer isso, não falar em 'V, a gente pode ficar no 'L' mesmo, em uma queda forte do PIB (Produto Interno Bruto) e estagnação mesmo, por muito tempo", afirmou.

O ministro disse que os "sinais vitais" da economia interna ainda estão "preservados", mas em razão das incertezas acerca da velocidade de contágio do vírus no Brasil, o grande questionamento é sobre a economia suportar por mais dois meses (maio e junho) o isolamento social --tendo como hipótese uma previsão de diminuição dos números de casos em julho, com o reestabelecimento das atividades.

De acordo com Guedes, as ações do governo têm como objetivo proteger a população mais vulnerável e sustentar o fluxo de caixa das empresas "para dois, três meses difíceis".

"Não sabemos ainda, como disse, a profundidade da crise, mas não sentimos ainda que desorganizou a economia. Nós estamos sentindo que teve um impacto muito forte, mas ainda não é algo que impeça uma recuperação muito rápida, ainda não é isso. Temos que lutar para que isso não aconteça", ponderou.

Ao discorrer sobre a manutenção das cadeias produtivas, Guedes mencionou que o governo tem de usar "a inteligência do setor privado" para auxílio nas medidas tomadas.

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