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País está deixando medidas anticíclicas para trás, diz Levy

Em apresentação em Nova York, ministro da Fazenda reafirmou o compromisso com a meta de superávit primário equivalente a 1,2% do PIB

18 fev 2015 - 14h49
(atualizado em 19/2/2015 às 07h56)
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<p>Joaquim Levy, ministro da Fazenda</p>
Joaquim Levy, ministro da Fazenda
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta quarta-feira que o Brasil está deixando as medidas anticíclicas para trás e que a política monetária vai se tornar mais restritiva "mais cedo ou mais tarde".

Em apresentação realizada em Nova York, Levy reafirmou o compromisso com o rigor fiscal e com a meta de superávit primário equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

"Estamos apenas deixando de lado estas medidas anti-cíclicas, e isso vai nos colocar em situação melhor", disse ele em sua primeira apresentação a investidores nos Estados Unidos.

Levy disse estar confiante na economia brasileira, apesar de compreender os temores dos investidores.

"Não estou fazendo de conta que vocês não deveriam estar preocupados com a situação fiscal", disse. "Estou confiante que nós iremos colocar a casa em ordem e voltaremos ao caminho do crescimento."

O déficit fiscal do Brasil aumentou, se tornando um dos maiores do mundo, aumentando o risco de que o País possa perder sua classificação de grau de investimento por agências de rating.

Uma série de desonerações tributárias e gastos custaram ao governo federal R$ 104 bilhões em receita no ano passado, ou cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), disse o ministro.

Levy já aumentou impostos e limitou os gastos públicos para cobrir o déficit orçamentário total, que inclui o custo do serviço da dívida e dobrou no ano passado para 6,7% do PIB, um dos maiores entre as grandes economias, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Levy terá desafios relevantes para melhorar as contas públicas do Brasil. Um deles será convencer o Congresso Nacional a aprovar uma controversa série de mudanças nas regras de acesso a benefícios trabalhistas, como seguro-desemprego e abono salarial, com as quais o governo espera economizar cerca de R$ 18 bilhões por ano.

Aos investidores, o ministro comentou estar confiante de que o governo terá o apoio adequado do Congresso para aprovação de medidas necessárias para realizar o ajuste fiscal.

Ele ressaltou que a relação entre dívida bruta e PIB do Brasil subiu recentemente, mas salientou que parte disso se refere a acumulação de ativos e que esse aumento não foi incomum quando comparado a outros países.

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