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País ganha 45 milhões de usuários de internet em 6 anos e chega a 162 milhões de pessoas conectadas

Número de internautas em 2022 equivale a 87,2% da população de 10 anos ou mais de idade, segundo IBGE; 160,4 milhões tem aparelho de telefone celular para uso pessoal

9 nov 2023 - 10h10
(atualizado às 12h46)
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RIO - Em seis anos, mais de 45 milhões de brasileiros passaram a usar a internet no País. O Brasil alcançou a marca de 161,6 milhões de habitantes conectados em 2022, o equivalente a 87,2% da população de 10 anos ou mais de idade, estimada em 185,4 milhões de pessoas. Entre os internautas, 93,4% declararam que usavam a internet todos os dias. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação 2022, a Pnad TIC, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O acesso à internet avançou mais entre os idosos do que entre as crianças nos últimos seis anos. O número de pessoas com 60 anos ou mais que usavam a internet mais que triplicou no período, subindo de 6,5 milhões em 2016 para 20,4 milhões em 2022. Entre as crianças de 10 a 13 anos, esse contingente de conectados avançou de 8,1 milhões para 9,8 milhões no período.

Desde 2016, quando começou a série histórica da pesquisa do IBGE, o contingente de excluídos digitais foi reduzido em mais de 60%: havia 59,7 milhões de brasileiros sem acesso à internet naquele ano, 35,9 milhões a menos que os atuais 23,8 milhões de desconectados registrados atualmente.

O número de domicílios conectados à internet ficou 21,1 milhões maior em seis anos: em 2016, havia 47,8 milhões de lares com utilização da internet, subindo a 68,9 milhões em 2022.

A proporção de usuários conectados alcançou 89,4% entre os habitantes de áreas urbanas no ano passado, e 72,7% entre os moradores da área rural.

Na população que usava a internet, o meio de acesso mais adotado foi o telefone móvel celular, mencionado por 98,9% dos conectados, seguido pela televisão (47,5%), pelo microcomputador (35,5%) e pelo tablet (7,6%).

O IBGE lembra que já vinha de anos anteriores a tendência de queda no uso de microcomputador e de tablete, acompanhada de aumento da utilização da televisão para acessar a internet.

Em 2022, a maioria dos usuários usou a internet para conversar por chamadas de voz ou vídeo (94,4%). A segunda finalidade mais relatada de uso foi enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail (92,0%), seguida por assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (88,3%), usar redes sociais (83,6%), ouvir músicas, rádio ou podcast (82,4%), ler jornais, notícias, livros ou revistas pela Internet (72,3%), acessar banco(s) ou outras instituições financeiras (60,1%), enviar ou receber e-mails (59,4%), comprar ou encomendar bens ou serviços (42,0%), usar algum serviço público (33,4%), jogar (32,4%), e vender ou anunciar bens ou serviços (12,0%).

Uso ampliado da internet

O IBGE investigou ainda o uso ampliado da internet, ou seja, aquela utilização por indivíduos que efetivaram tarefas sem o conhecimento que as mesmas demandavam conexão à internet.

"Isso pode ocorrer, por exemplo, quando uma pessoa acessa redes sociais, troca mensagens por meio de determinados aplicativos ou instala aplicativos no telefone celular, especialmente no caso de serviços da internet ofertados gratuitamente. Tais pessoas são usuárias da internet, mesmo sem ter ciência deste fato", explicou o IBGE.

Considerando o indicador ampliado de uso da Internet, 88,7% das pessoas de 10 anos ou mais de idade usaram a internet no período de referência da pesquisa, fatia que subia a 90,8% entre moradores de área urbana e ficava em 74,9% entre os residentes em área rural.

"Constata-se, portanto, uma diferença de 1,5 p.p. entre o indicador ampliado de uso da internet (88,7%) e o indicador padrão (87,2%). Entre as pessoas que moravam em área rural, essa diferença foi maior (2,2 p.p.) ao passo que em área urbana foi de 1,4 p.p., concluindo-se que entre a população rural havia maior proporção de usuários da Internet não cientes desse uso", concluiu o IBGE.

Uso do aparelho celular

Em 2022, 160,4 milhões de pessoas tinham aparelho de telefone celular para uso pessoal no País, 86,5% da população com 10 anos ou mais, segundo a Pnad TIC. A proporção de usuários de telefone móvel celular foi de 88,9% entre os habitantes de áreas urbanas e de 71,2% entre os moradores da área rural. A fatia de mulheres com telefone celular foi de 88,0%, ante uma proporção de 85,0% entre os homens.

O IBGE frisa que a pesquisa mostrou expansão contínua da posse de telefone celular desde o início da série histórica, em 2016, quando 77,4% da população de 10 anos ou mais de idade possuíam o aparelho. Essa fatia subiu a 81,4% em 2019, passando a 84,4% em 2021, até alcançar os atuais 86,5% vistos em 2022.

Entre os 25,0 milhões de brasileiros sem telefone móvel celular para uso pessoal em 2022, o equivalente a 13,5% da população de 10 anos ou mais de idade, 54,1% eram homens e 45,9%, mulheres. Quanto à faixa etária, 34,5% tinham 60 anos ou mais de idade, e outros 20,9% tinham de 10 a 13 anos.

"Por nível de escolaridade, nota-se que 78,8% não tinham instrução ou não haviam completado o ensino fundamental", informou o IBGE.

Os motivos mais citados para a ausência de telefone celular foi não saber usar o aparelho (motivo citado por 26,5%), o aparelho telefônico era caro (24,8%), falta de necessidade (22,0%), costumava usar o telefone móvel celular de outra pessoa (11,6%), preocupação com privacidade ou segurança (4,7%), o serviço era caro (3,1%), e o serviço de telefonia móvel celular não estava disponível nos locais que costuma frequentar (1,0%).

Lares com serviços de streaming

Ao menos quatro em cada dez famílias brasileiras já usam em casa serviços de streaming, de acordo com a pesquisa do IBGE. Em 2022, 71,5 milhões de lares tinham aparelho de televisão no País, o correspondente a 94,9% dos 75,3 milhões de domicílios particulares permanentes. Desse universo, 31,1 milhões possuíam serviço pago de streaming, ou seja, 43,4% das famílias que tinham televisão em casa.

O Sul e o Centro-Oeste tinham a maior proporção de lares com televisão com acesso a serviço pago de streaming de vídeo, ambos com 50,3%, seguidos pelo Sudeste (48,1%), Norte (37,6%) e Nordeste (30,9%).

Dos domicílios com serviço pago de streaming de vídeo, 95,3% também possuíam acesso a canais de televisão: 93,1% por meio de sinal de televisão aberta e 41,5% por meio de serviço de TV por assinatura. Apenas 4,7% dos lares com streaming pago de vídeo não possuíam acesso a televisão aberta ou a serviço de TV por assinatura.

"O rendimento médio mensal real per capita nos domicílios que tinham acesso a serviço pago de streaming de vídeo foi de R$ 2.454, representando mais que o dobro daqueles que não possuíam acesso a esse serviço, R$ 1.140. Para os domicílios com acesso a streaming pago de vídeo, bem como a canais fechados de televisão, o rendimento médio foi de R$ 3.228?, informou o IBGE.

Em 2022, 19,8 milhões de lares, ou 27,7% dos domicílios com televisão no País, tinham acesso a serviço de televisão por assinatura. Essa proporção foi de 28,8% em área urbana e de 19,8% em área rural.

"Entre 2021 e 2022, o percentual de domicílios com televisão por assinatura apresentou pequena variação no Brasil, reduzindo em 0,1 p.p. Nas áreas urbanas houve uma queda de 0,4 p.p., enquanto nas rurais registrou-se um acréscimo de 2,0 p.p., passando de 17,8% para 19,8%", ponderou o instituto.

Na passagem de 2021 para 2022, houve aumento no número de casas com televisão de tela fina, de 61,4 milhões para 64,9 milhões, e retração no de lares com televisão de tubo, de 11,0 milhões para 8,7 milhões. A proporção de domicílios com somente televisão de tela fina subiu de 84,2% em 2021 para 87,9% em 2022, enquanto a fatia daqueles com somente televisão de tubo caiu de 11,9% para 9,2%, e o total com ambos os tipos de televisão teve redução de 3,9% para 2,9%.

Havia 65,5 milhões de domicílios com recepção de sinal analógico ou digital de televisão aberta no ano passado, o equivalente a 91,6% dos domicílios com televisão do País. Na área urbana, esse porcentual foi maior do que na área rural, 92,2% contra 87,5%.

No Brasil, havia 16,8 milhões de domicílios com recepção de sinal por parabólica grande, que, segundo o IBGE, causa interferência na transmissão do serviço móvel 5G. Outros 5,9 milhões de lares tinham mini parabólica com sinal aberto.

"Aproximadamente 911 mil domicílios (1,3% dos domicílios com televisão) possuíam acesso a sinal de televisão somente por meio de parabólica grande. Esse é o grupo de interesse que precisa migrar a estrutura de recepção de TV para a mini parabólica, uma vez que o seu acesso ao sinal de TV aberta ficará comprometido pelo desligamento da transmissão de sinal de TV aberta por meio de antenas parabólicas grandes", ressaltou o IBGE.

Cerca de 42,6 milhões ou 56,5% dos domicílios possuíam rádio em 2022. A Região Sul tinha a maior proporção de lares com o aparelho, 64,8%, enquanto menos da metade dos domicílios tinham rádio nas Regiões Norte (46,8%) e Centro-Oeste (47,5%). No setor rural, 58,2% dos domicílios possuíam rádio, porcentual superior ao do setor urbano, com 56,3% dos domicílios.

Havia telefone fixo convencional em 12,3% dos domicílios do País. Em 2016, esse porcentual era de 32,6%. Por outro lado, a parcela dos domicílios com telefone móvel celular vem aumentando, passando de 93,1% em 2016 para 96,6% em 2022.

Em 2022, não havia telefone em 2,8% dos domicílios particulares permanentes do País, 2,1 milhões de lares, uma redução de 0,2 ponto porcentual em relação a 2021. A ausência de telefone manteve-se mais elevada nos domicílios nas Regiões Nordeste (5,3%) e Norte (4,4%), enquanto nas demais não ultrapassou 2,0%.

Houve declínio também, ainda que lento, no número de domicílios com microcomputador: 45,9% dos lares tinham o equipamento em 2016, descendo a 40,2% em 2022.

Em 2022, 9,9 milhões de domicílios (14,3% dos lares conectados) possuíam algum tipo de dispositivo inteligente, que era conectado ou comandado pela internet, como câmeras, caixas de som, lâmpadas, ar-condicionado e geladeiras. Em setores rurais, o percentual foi de 6,1%, consideravelmente inferior aos 15,3% vistos em setores urbanos.

Estadão
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